“Prós e Contras” junta personalidades na hora do adeus

Fátima Campos Ferreira
Fotografia: Instagram Manuel Luís Goucha

O formato da RTP1 celebra 18 anos e vai para o “ar” pela última vez na noite da próxima segunda-feira. “Passei 18 anos a ouvir e a moderar ideais e argumentos de centenas, talvez, de milhares de portugueses”, diz Fátima Campos Ferreira.

Um programa especial, para uma data especial. O “Prós e Contras”, da RTP1, termina na próxima segunda-feira passados 18 anos e, no palco e na plateia, vai ter convidados muito especiais, personalidades que fizeram parte das moderações de Fátima Campos Ferreira.

Em palco, na Casa do Artista, em Lisboa, vão estar António Costa Silva, gestor e responsável pela Visão Estratégica Para o Plano de Recuperação Económica do país, Leonor Beleza, da Fundação Champalimaud e a provedora de Justiça Maria Lúcia Amaral.

Na plateia marca presença um leque de outras figuras bem conhecidas: Assunção Cristas, Carlos Moedas, Manuela Eanes, Correia de Campos, Rui Veloso ou Nuno Santos, diretor-geral da TVI, que foi diretor de Programas de Fátima Campos Ferreira na estação pública e um admirador confesso do programa.

No último “Prós e Contras” – que pretende fazer o balanço da “maioridade” mas, simultaneamente, olhar para o futuro nesta altura decisiva da vida do país – vão ainda participar Maria Flor Pedroso – que abandonou o cargo de diretora de Informação em litígio com a jornalista Sandra Felgueiras – e o jornalista Henrique Monteiro. Os dois comunicadores vão analisar um dos momentos históricos: o debate de 21 de março de 2011, entre Rui Rio, à altura presidente da Câmara do Porto e António Costa, então homólogo de Lisboa, quatro dias antes do “chumbo” do PEC4 que levaria à demissão de José Sócrates do Governo e à chegada da “Troika” a Portugal.

Além desta conversa, outras marcaram os debates na Casa do Artista: o frente a frente dos ex-Presidentes Eanes, Soares e Sampaio; a declamação de um poema por Pinto da Costa; a discussão sobre o referendo à interrupção voluntária da gravidez; o humor que juntou Raul Solnado e Ricardo Araújo Pereira e até o “Prós e Contras” feito debaixo da terra, nas minas sal gema, em Loulé, no Algarve.

“Passei 18 anos a ouvir e a moderar ideais e argumentos de centenas, talvez, de milhares de portugueses. De uma forma plural, como é sempre apanágio da RTP”, refere Fátima à N-TV, para projetar o formato que se segue, “Primeira Pessoa”: “Vou cumprir o sonho de uma jornalista que fez uma viagem profissional, que carrega uma bagagem e se predispõe a descobrir o íntimo e a essência do outro. E quem é esse outro? São grandes portugueses, de formar diferentes vão explicar a sua razão de existir”.
Na passada sexta-feira, a apresentadora esteve no “Você na TV!” e emocionou-se a falar na morte dos pais, com apenas 15 dias de diferença. “A minha mãe morreu com Parkinson e o meu pai, embora já muito mal, partiu 15 dias depois por ter desistido de viver”, disse a Manuel Luís Goucha.
O comunicador da TVI lembrou as conversas de ambos, no Norte. “Quantas conversas tivemos nos idos da RTP no Porto. Sabíamos o que queríamos para as nossas vidas e por onde iríamos. Somos do tempo da procura, da vontade em saber e ainda hoje, tantos anos depois, nos deslumbramos com a descoberta. Receber a Fátima Campos Ferreira, pela primeira vez, no Você na TV! encheu-me de alegria. Por isso foi o rosto da minha manhã”, escreveu Manuel Luís Goucha nas redes sociais.