“Quando tenho saudades dele, é bom ler este livro”, diz filho de João Ricardo

“Gosto muito de ver que muita gente gostava do meu pai. Quando tenho mais saudades, é bom ler este livro, porque me recordo dele”.

As palavras emocionadas são de Rodrigo Ricardo, 12 anos, o filho do ator João Ricardo, falecido em novembro do ano passado, durante a apresentação da biografia póstuma do pai, que decorreu ao fim da tarde desta quinta-feira, no bar do teatro “A Barraca”, em Lisboa.

O filho do malogrado ator, que, ao contrário do que estava anunciado pela editora, não apresentou o livro, mas esteve sempre sentado na plateia, disse que falar em público do pai “não é uma coisa que se prepare”. “É uma coisa maior do que eu próprio”, disse.

A infância e adolescência, as relações familiares, o cancro e a paixão pelo filho Rodrigo preenchem o livro “Dias que (não) contam”, uma biografia que tem como subtítulos “Memórias de um menino que foi menino para sempre”.

Perto do filho de João Ricardo, o seu “amor maior”, como várias vezes assumiu, estiveram o ator Paulo Oom e a atriz Custodia Gallego, amigos dos ator e com quem contracenaram várias vezes, ora no teatro ora na televisão, e que, com as suas palavras, emocionaram os presentes, entre os quais se encontravam muitos amigos do ator.

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“A idade, como o cancro, tinha-me trazido paz. Comecei a compreender as relações que me faziam mal, a entender-me enquanto homem, a fazer as pazes comigo”, lê-se na biografia, que começou a ser escrita pelo próprio João Ricardo durante a sua batalha contra o cancro, que haveria de perder a 23 de novembro do ano passado.

Em “Os Dias que (não) Contam”, o ator “fala” do Teatro de Carnide, onde deu os primeiros passos como amador, da peça “Tric trac terra doce, amargo sabor”, com que se estreou na encenação, em 1987, e na estreia, como profissional, na sala de A Barraca, em 1990.

A primeira participação de João Ricardo na televisão remonta a 1989 quando, na RTP, participou na série “Caixa Alta”.

O ator passou também pela TVI, mas foi na SIC, para onde entrou em 2010, que atingiu maior notoriedade – a novela “Laços de Sangue”, em que desempenhou o papel de Armando Coutinho, deu a João Ricardo a possibilidade de chegar a casa de muitos portugueses, tornando-o conhecido.

No livro, João Ricardo não esconde a grande paixão e o grande amor que pelo filho, confessando mesmo existir um João Ricardo “antes” e “outro depois” do nascimento de Rodrigo, o mesmo que, três meses depois da morte do pai, fez questão de se expor perante a imprensa para prestar a última homenagem ao homem que lhe deu a vida.

TEXTO: Tiago Firmino (com NA)

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