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Ricardo Araújo Pereira: “A vacinação foi essencial, mas animar as pessoas não é algo menor”

Fotografia: Instagram Isto É Gozar Com Quem Trabalha

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O humorista agradece aos profissionais de saúde pelo combate à covid-19 e fala do papel dos comediantes nos últimos dois anos de confinamento.

Bruno Nogueira e o programa de Instagram “Como É que o Bicho Mexe?” talvez sejam o expoente máximo do entretenimento e companhia que foram feitos aos portugueses em tempo de confinamento por causa da covid-19, mas Ricardo Araújo Pereira (RAP), com o regresso do programa “Isto é Gozar com Quem Trabalha”, aos domingos à noite, continua a reinar no humor.

Em conversa com a N-TV, o comediante e guionista destaca o papel da comédia nos tempos de pandemia, embora destaque a quem deva agradecer primeiro. “Não foi o humor que salvou este ano, mas os profissionais de saúde, a quem agradeço porque eles sim fizeram o que era preciso fazer e um trabalho essencial”, começa por salientar RAP.

Fotografia: Instagram Isto É Gozar Com Quem Trabalha

Quanto à comédia, ao riso, à lágrima provocada por uma gargalhada, o também apresentador recorda um dos maiores cantautores nacionais. “Uma vez, o Zeca Afonso cantou pela primeira vez ‘O Que Faz Falta’ na Fábrica da Abelheira, para os trabalhadores. Entre outras coisas, a canção diz que ‘o que faz falta é animar a malta’ que, na letra, está em pé de igualdade com ‘dar poder’ ou ‘agitar'”, lembra.

“Assim como houve quem tenha empurrado, agitado ou vacinado, também é simpático que tenha havido quem tenha animado. Isso não é menor, também faz falta… claro que faz mais falta levar a vacina!”.

Reconhecido pelo público e pela crítica por “Isto É Gozar com Quem Trabalha”, RAP considera que não procura os prémios. “O meu reconhecimento é partilhado semanalmente com aquelas pessoas que enchem o Teatro Villaret porque lhes apetece – a gente não paga a ninguém, embora o bilhete seja barato”, brinca.

Fotografia: Instagram Isto É Gozar Com Quem Trabalha

“Depois ouvimos aquele barulho… o Chris Rock, comediante norte-americano, estava a falar com um músico durante a pandemia e disse-lhe: ‘os humoristas não têm a tua hipótese, que é fazer concertos online. Vocês tocam um instrumento e a gente toca o público’. Toca no sentido de produzir um som, fazemos vibrar algo que faz com que as pessoas produzam aquele som que é maravilhoso, o da gargalhada. Aí verificamos se está a funcionar ou não”.

Para Ricardo Araújo Pereira os comediantes “têm uma carência qualquer, motivada por infâncias estranhas”: “Precisamos muito dessa espécie de alegria que é a maneira mais flagrante de as pessoas mostrarem que gostam de nós. Rirem-se com o que a gente diz é o que todos andamos pateticamente à procura semanalmente. Mas há vidas piores do que esta”.