Rui Melo lembrou o pai, que morreu vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC), duas semanas antes de se estrear com uma peça no Porto. O ator admitiu que demorou muito tempo a apaziguar a dor.
O ator começou por assegurar, numa entrevista ao apresentador Daniel Oliveira no programa “Alta Definição” (SIC), que ficaram as “boas recordações” e foram-se as más memórias.
“Ficam as boas recordações, porque temos tendência de esquecer as más, de guardar só o que é bom de guardar”, contou, referindo de seguida que tem saudades do pai: “Tenho saudades do meu pai, estranho seria não ter, mas isso não me traz uma dor profunda. Demorei a aceitar isso, demorei a apaziguar-me com a dor”.
“O meu pai morreu com um AVC. Estava duas semanas de estrear um espetáculo no Porto, fui a Évora para o funeral, voltei para o Porto e fiz uma temporada de meses. De alguma forma, na minha cabeça, naquele período arrumei a morte. Depois quando voltei caiu-me em cima de forma violenta, foi duro”, lembrou.
Na altura, Rui Melo lembrou que “foi um choque de realidade”: “Foi uma tareia, porque foi um choque de realidade. Tu arrumas aquilo ali na gaveta, como costumamos fazer com muitos dos nossos problemas, mas há uma altura em que começa a tremer, depois abres a gaveta e salta-te para cima”.
“Não foi uma obra divina, não há ninguém culpado, foi o corpo que deixou de funcionar e está tudo bem”, concluiu.