Transferências ao rubro entre canais

A transferência do apresentador Cláudio Ramos da SIC para a TVI e o caminho inverso feito pela atriz Alexandra Lencastre – que se mudou para Paço de Arcos sem contrato e por cerca de dez mil euros mensais – marcam a atualidade televisiva, mas nada bate a troca de Cristina Ferreira que, em setembro de 2018, deixou o “Você na TV!”, na TVI, e criou, na SIC, “O programa da Cristina”.

Com 60 mil euros por mês no bolso, a comunicadora estabeleceu um “antes” e um “depois” pelo alavancar das audiências no “day time” (500 mil telespectadores). Resultado: o “efeito Cristina” permitiu a SIC ganhar as audiências em 2019.

Com a saída da comunicadora, a TVI contratou Maria Cerqueira Gomes, que abandonou o Porto Canal por cerca de 13 mil euros mensais. Em Queluz de Baixo vai fazer companhia a Manuel Luís Goucha até abril, altura em que regressa ao Porto.

Há anos a comentar no “Jornal da noite”, na SIC, Miguel Sousa Tavares mudou-se para o “Jornal das 8”, da TVI. Manuela Moura Guedes seguiu-lhe o exemplo, mas com uma “décalage” de anos: saiu da estação de Queluz de Baixo para ser a “A procuradora” do espaço de Informação da SIC que já abandonou.

Depois de Cristina Ferreira, o diretor de Entretenimento Daniel Oliveira continuou a fazer “sangria” na TVI e foi buscar Isabela Valadeiro e João Catarré: a primeira esteve entre os protagonistas de uma das séries de maior sucesso nas últimas décadas, “Golpe de sorte”, e o segundo é o ator principal de “Terra brava”. Ricardo Araújo Pereira, após ter andado entre a SIC e a RTP, estabeleceu-se na TVI com o “Governo sombra”. Mas, no mês passado, voltou à SIC para, em conjunto com a sua equipa de guionistas, auferir 500 mil euros/ano.

No capítulo dos atores, a TVI “empatou” nas contratações, com as aquisições de Joana Ribeiro (“Prisioneira”) e Inês Herédia (“Quer o destino”, a estrear). Antes, fora “recuperar” Diogo Morgado, um galã da SIC, para protagonizar “Ouro verde”. Mais recentemente, em 2015, foi Sara Matos, que ganhara o “Dança com as estrelas”, a protagonizar “Amor maior” na concorrência.

Regresso do “Big Brother” obriga a mudanças nas televisões privadas

Os próximos meses da TVI e da SIC estão a ser planeados no maior secretismo pelos respetivos diretores de programação, Nuno Santos e Daniel Oliveira, pois ambos anseiam pelos melhores trunfos em prol das audiências.

Depois das últimas transferências entre canais e de saber-se que o “Big Brother” estreia já em março na TVI, em Paço de Arcos também há mudanças à vista e é quase certo que será antecipada a estreia da segunda temporada do programa “Amigos improváveis” com famosos, para contrariar o reality show da concorrência. E, ontem, Daniel esteve reunido com Cristina Ferreira no Ritz Four Seasons Hotel Lisboa para definir estratégias também relativas ao formato matinal que esta apresenta.

Na TVI, o “Você na TV” já não termina em março, prolongando-se até setembro, mas sem Maria Cerqueira Gomes, que volta ao Porto. Manuel Luís Goucha deverá ficar sozinho. Isabel Silva assume agora os especiais do programa aos sábados, estando assim tudo em aberto.