Netta Barzilai, representante de Israel e vencedora da Eurovisão, foi acusada de usar a cultura japonesa como um adereço durante a sua atuação e criticada pelo discurso de apelo à diversidade.
A cantora israelita é uma admiradora confessa da cultura japonesa e demonstrou isso mesmo durante a atuação em Lisboa. O quimono, o penteado, os gatos da sorte e as referências ao universo Pokémon são as influências orientais que mais saltaram à vista dos espectadores da Eurovisão, que acusam Netta de apropriação cultural.
“Posso perguntar se alguém já comentou a chocante apropriação da cultura japonesa que está a acontecer na música da Netta?”, questionou uma utilizadora do Twitter.
Can I, however, ask if anyone here has already commented on the quite shocking Japanese cultural bastardisation-appropriation going on in Netta's song?
— Joana Ramiro (@JoanaRamiroUK) May 12, 2018
Na mesma rede social, Netta foi criticada pelo discurso de vitória, no qual agradeceu aos votantes por “escolherem diferente” e por “celebrarem a diversidade”. “Netta: ‘Celebrarem a diversidade’ – sabes que apropriação cultural não é diversidade, certo?”, pode ler-se no “tweet” de um telespetador do certame.
Netta: "Celebrating diversity" – you do know that cultural appropriation is not diversity, right? #Eurovision #Eurovision2018 #Israel #ISR pic.twitter.com/vcC1LmY6Ud
— Jay | JaMaaL (@jaydarcy7) May 12, 2018
Por outro lado, houve quem saísse em defesa da intérprete do tema “Toy” e referisse que “apropriação cultural” está a ser confundida com “admiração cultural”.Houve ainda quem explicasse em que consiste a apropriação de uma cultura.
“Apropriação ocorre quando uma cultura dominante adota traços de uma cultura minoritária. Não considero que a cultura israelita seja dominante perante a cultura japonesa ou vice versa.”
https://twitter.com/Elise_ium/status/995470872709337089
TEXTO: João Manuel Farinha