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Atores portugueses contra “censura” e livros de Agatha Christie reescritos: “Os tempos da liberdade foram bons”

Fotografia:; Instagram Eduardo Madeira

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Alguns atores portugueses mostraram-se contra o objetivo de uma editora de reescrever livros de Agatha Christie. Eduardo Madeira, Diogo Infante ou José Raposo marcaram uma posição.

A decisão, de uma editora inglesa, de reescrever os livros de Agatha Christie para remover referências étnicas, insultos e descrições físicas está a revoltar alguns atores portugueses, que marcaram uma posição nas redes sociais.

“Dos extremismos não vem nada de bom. (…) Pelo sim, pelo não, vou esconder os meus livros obscenos e imorais. Não vá vir bater-me à porta uma tropa fandanga e levar-me as edições proscritas para serem queimadas numa grande fogueira”, referiu Eduardo Madeira.

“Os tempos da Liberdade de Expressão foram bons. Curtos mas bons. Seguem-se novas trevas. É um ciclo”, rematou o ator.

Eduardo Madeira comentou, ainda, a “censura” à estátua de David, nos Estados Unidos: “Juntando a isto a estapafúrdia noticia do grupo de pais na Flórida que considerou o David, de Michelangelo, de pornografia e despediu a professora, ficamos com o retrato completo do que os extremismos pretendem da arte: que seja cómoda, estável e dentro das normas. E a arte serve precisamente para incomodar, para desestabilizar e para estilhaçar as normas e os conformismos”.

Também Diogo Infante se insurgiu, a propósito da obra de Agatha Christie. “Este é um caminho muito perigoso. A cultura e as expressões artísticas têm um contexto histórico e político, e devem ser vistas dessa perspetiva”.

“Não podemos rescrever a História mas podemos e devemos aprender com ela. Este tipo de radicalismo pseudo-moralista e transformador de certas realidades ao abrigo do politicamente correto não passa de uma forma de censura, com a qual não podemos compactuar”, defendeu.

José Raposo reagiu à publicação de Diogo Infante. “100% de acordo Diogo! Está mesmo tudo a passar-se da cabecinha!”