“Bullying” a Cristina Ferreira? Manuela Moura Guedes responde a Luísa Sobral

Manuela Moura Guedes
Fotografia: Instagram Goucha/TVI

Manuela Moura Guedes respondeu à reação de Luísa Sobral, que considerou “bullying” a Cristina Ferreira o elogio que a jornalista fez à rubrica “Extremamente Desagradável”, de Joana Marques.

A jornalista não deixou passar em branco o comentário da cantora, que considerou “bullying” o que estava a ser feito a Cristina Ferreira pela antiga “pivot” e também por Joana Marques, que, recorde-se, brincou com a conjugação do verbo “To Be” durante a Web Summit 2022.

“Luísa, não a conheço e confesso que tive de verificar se era a irmã de Salvador Sobral. Não leve a mal mas, atualmente, é muito raro ‘frequentar’ redes sociais. Ao abrir o Google, vi que alguém tinha feito eco da sua missiva que me era dirigida. Fiquei admirada por ter escolhido o Instagram para me dizer, a mim, o que pensava sobre um desabafo meu”, começou por admitir.

“Podia ter mandado uma mensagem… é o que eu faço quando tenho algo a dizer a alguém, em particular. Ao expressar a minha opinião, faço-o abertamente para toda a gente que a queira ler ou ouvir, sem me escudar em recados. É claro que nem todos entendem a liberdade de expressão, a necessidade de sentido crítico ou de posicionamento face a acontecimentos mais ou menos relevantes da vida do país. Foi devido a tudo isso que me afastei bastante destes locais de diálogo com interlocutores que podem interpretar de todas as maneiras o que escrevemos”, explicou.

Manuela Moura Guedes
Fotografia: Instagram Manuela Moura Guedes

A ex-“pivot” assumiu que “é muito cansativo” nem todos terem um sentido crítico, contudo, às vezes “é irresistível” e acaba por comentar os assuntos. “É muito cansativo […]. No entanto, talvez porque é irresistível, lá digo uma coisa uma outra, sabendo de antemão que haverá sempre quem veja intenções tenebrosas por detrás do que escrevo. Sabe? São muitos anos a estar exposta a críticas […] e a saber distinguir o que vale e o que não vale a pena reter, embora, muitas vezes seja até salutar e, mesmo divertido, ver o que se diz – ajuda a compreender as pessoas e o país”, prosseguiu.

Manuela Moura Guedes frisou que estima “muito a inteligência e o sentido de humor”, que diz serem “essenciais” para se avaliar “situações ridículas”. “Prezo muito a inteligência e o sentido de humor, essenciais para se avaliar seja o que for, principalmente situações ridículas com que nos deparamos diariamente, envolvendo-nos ou não”.

“É muito importante e saudável que uma sociedade esteja apta a conviver com a crítica e não a confunda com mais nada, sem isso não há liberdade nem democracia. A tendência atual para encaixar tudo, gratuitamente e sem critérios sérios, em categorias como o bullying, o racismo ou a descriminação é muito perigosa porque tem como objetivo anular a liberdade de expressão, impondo-nos padrões de comportamento. E que venha a primeira pessoa a acusar-me de qualquer um destes comportamentos!” disse.

“Não resisto, volto a frisar, a dizer o que penso quando há situações injustas, de má gestão pública ou ridículas, das que envergonham enquanto seres pensantes e enquanto mulheres. Não é passando em claro que se defende a igualdade de género, é precisamente, chamando a atenção para comportamentos criticáveis que mostramos que o particular não deve ser confundido com o todo”, rematou.