Calendário Pirelli 2018: Puff Daddy e Naomi Campbell juntos em “Alice no País das Maravilhas”

O suspense acabou e o segredo foi revelado: a Pirelli vai entrar no mundo de “Alice no País das Maravilhas” na edição de 2018 do conhecido calendário. Tim Walker é o fotógrafo encarregue da próxima edição da publicação italiana.

As roupas que vestem os corpos negros foram cosidas com dramatismo. Os cenários são excêntricos e os adereços têm de estar, inevitavelmente, na mesma linha. Há cogumelos gigantes e cartas a tapar peles nuas envergonhadas. As rosas e os corações imprimem o mote romântico na produção. Os fios de cabelo dourado e a pela translúcida de Alice foram assaltados por Duckie Thot. A modelo corrobora o senso comum e enfrenta-o com o negro com que a natureza a vestiu.

Os clichés caem no chão como um jogo de dominó. Nada que surpreenda quando falamos de Tim Walker. O fotógrafo, natural de Inglaterra, tem extravagante colado ao seu nome, por onde quer que passe. Com uma reputada carreira na área da fotografia, filmes e belas artes, o convite da Pirelli foi ouro sobre azul. A ideia já a tinha: fazer uma produção sobre a história de Alice com modelos negros, porque nunca fora feito. A Pirelli pediu que Tim fosse ele próprio. O resultado foi agora antecipado pela marca italiana, que deslindou alguns segredos e mostrou fotografias do “making off” desta produção.

Várias personalidades conhecidas, como modelos, atores e cantores vestem os corpos destas personagens. Naomi Campbell, Adwoa Aboah, Lupita Nyong e Puff Daddy são alguns dos convidados para edição de 2018. Esta não é a primeira vez que o Calendário Pirelli, nascido em 1964, tem como protagonistas personalidades negras. A publicação já o tinha feito em 1987 e Naomi Campbell, na altura com 16 anos, fez parte da estreia.

“Movi montanhas para estar aqui. É uma oportunidade de apelar à consciência social e romper barreiras. Durante muitos anos não se viu nada semelhante na indústria da moda. Sinto que sou parte da história e desempenho um papel ativo”, afirmou o rapper Puff Daddy ao jornal “The New York Times”, a propósito da escolha de modelos negros para as fotografias.

“A Alice está diferente. A Alice pode ser qualquer um. Não temos de estar confinados. É importante para o desenvolvimento cultural”, explicou Walker, que se inspirou nas ilustrações de John Tenniel’s para este trabalho.

“Sirva uma chávena de chá e veja as cenas de ‘Alice no País das Maravilhas’”, lê-se no site oficial da marca. Perca-se na nossa fotogaleria e espreite debaixo do véu a produção do calendário mais famoso de sempre.

TEXTO: Rute Simão

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