Carolina Deslandes refletiu publicamente, este sábado, 1 de janeiro, sobre a importância que as pessoas foram ensinadas a dar à sua cara-metade.
A cantora, de 30 anos, começou por refletir sobre a forma como foi ensinada desde pequena que sempre foi uma “metade” à espera do companheiro amoroso para se realizar por inteiro.
“Cresci a vida inteira a ouvir que toda a gente tem uma ‘cara-metade’, como se sozinhos fôssemos um projeto que só se realiza até meio. E como se essa outra cara tivesse de ser responsável pela nossa realização, pela nossa plenitude, pela nossa felicidade. E então cuidamos de nós e sabemos de nós pela metade, porque o amor tratará do resto. Não temos meia cara à espera de outra metade. Temos uma cara. E temos artérias, olhos, sonhos, dores. Não nos ensinam a cultivarmos o que está cá dentro. Dizem-nos que somos sementes e que quando a outra pessoa chegar podemos colher flores. Porque ela irá regar o nosso potencial e aí podemos ser inteiros”, começou por apontar.
Para a artista, as pessoas não são apenas “metades”: “O que nós merecemos é ocupar o palco da nossa vida. E ouvirmos que somos capazes de fazê-lo. E tudo e todos os que se juntam, acrescentam. E que seja quem for que amamos vai ver as nossas flores, vamos ver as deles e criar coisas novas juntos. Mas é sempre uma soma ao todo. Não é a metade que falta. Quando nos separamos ou terminamos um amor, não ficamos sem metade. Ficamos em reconstrução, porque quem passa por nós deixa e leva coisas”.
Neste novo ano, a intérprete demonstrou estar bem por ter aprendido a gostar de si. “Este é o ano em que sei que basto. Não basto, transbordo. Acolho e cuido das somas que a vida traz e para isso é preciso gostarmos muito de nós primeiro. Não temos de ficar porque se sairmos vamos estar incompletos e vazios. O vazio é o conformismo que se sobrepõe à vontade. Estarmos connosco, não é sermos um projeto à espera de outro para termos conclusão. É sermos projeto, conclusão e futuro. E é também ter ferramentas e astúcia, é não permitir que ninguém nos trate a baixo do que merecemos, é saber reconhecer padrões tóxicos e evitá-los, e saber encaminhar as pessoas à porta de saída da vida sem que isso seja egoísmo. Quando tratamos de nós, não forçamos vestir roupa que não nos serve”, rematou.