Carolina Deslandes decidiu fazer um desabafo nas redes sociais sobre a indústria da música e as críticas de Fernando Tordo. A artista falou sobre a sua carreira e as dificuldades que enfrentou.
“Quando comecei a fazer concertos, a minha geração não recebia uma m****. Éramos ‘a nova escola’ e ainda tínhamos muito terreno para pisar. Vivíamos numa indústria onde os grandes nomes eram os mesmos há anos, com muito mérito, talento e história, mas onde havia muito pouco espaço para entrar quem quer que fosse”, começou por escrever, numa reação às críticas do músico Fernando Tordo, que, à Blitz, defendeu que “90 por cento da música que ouvimos atualmente não tem qualquer dignidade”.
“Foi um trabalho conjunto, este de posicionar a nova geração. Um trabalho de anos, de suor, de entrega, de devoção a um país que amamos e levamos connosco. Um trabalho, muitas vezes inspirado nos mais velhos que ouvimos desde pequenos. É preciso talento para escrever e para compor, mas é preciso ainda mais talento para SER”, acrescentou.
“É ser bem-sucedido, é ser bom. Boa pessoa, bom amigo, bom colega. É também preciso ser bom cidadão, e ter noção que usar ‘atrasados mentais’ como ofensa devia ser crime. Ainda assim, os momentos infelizes superam-se e retificam-se com um pedido de desculpas. Porque ser bom colega também é perdoar”, disse ainda. “Em vez de estar a publicar uma notícia de uma revista de fofocas que acha que é de música, que só dá espaço a quem quer dizer mal de tudo, e a citar nomes de autores, vou só dar aqui alguns exemplos de colegas extraordinários que tenho. Faz-se muito boa música em Portugal. E faz-se boa gente”, frisou.
“Depois de dois anos de lama, estamos todos a tentar limpar a cara e os sapatos, e o que é promovido é o desrespeito. Aqui promove-se a música”, rematou. Vários artistas apoiaram a artista, nomeadamente Dino de Santiago: “Existe um antes e depois de Carolina Deslandes na música Portuguesa, por isso acredito que Tu És sem dúvidas uma das exceções que salvou no momento em que foi infeliz para com os seus colegas de profissão. Obrigado por existires entre nós. Se soubessem a velocidade em que crias a coreografia entre as palavras e melodia, diriam que é impossível”.