Aos 80 anos, a atriz volta ao ativo em “Conta-me Como Foi”, da RTP, mas admite que está sempre à espera que “apareça alguma coisa”. Porque há contas para pagar.
A Hermínia Lopes de “Conta-me Como Foi” está de regresso aos ecrãs da RTP a partir de 7 de dezembro, e logo numa altura em que Catarina Avelar celebra o seu 80.º aniversário.
“Na minha cabeça não os tenho”, apressa-se a dizer, em entrevista ao site N-TV, ao mesmo tempo que admite que nem sempre há trabalho – a sua última aparição em televisão foi na série “O Sábio”, em 2017.
E como é que se arranja emprego? “É preciso aguardar e estar lá. Pensar que agora não estou a trabalhar, mas há de aparecer alguma coisa. Depois, podem não gostar de mim como atriz, mas como pessoa que ama a sua profissão e cumpre… Isso ninguém me pode tirar. Portanto, as pessoas sabem que podem contar comigo”, justifica Catarina Avelar, que se preocupa com o dinheiro que gasta, quando nem sempre há rendimentos.
“Sou muito gastadora, gosto de viajar. Nós, atores, temos necessidades que outras pessoas não têm, como ver espetáculos, ir a museus e ler bons livros. Isto é caro, não é estar sossegadinho em casa a ver televisão”.
Apesar de nem sempre ter trabalho, a atriz congratula-se com a mudança de paradigma em relação aos veteranos. “Refilei muita vez: houve uma época em que atores da minha idade não tinham trabalho. Cheguei a fazer coisas em que a mãe e o filho tinham dez anos de diferença! Parece que estão a gozar com as pessoas porque uma família tem avós, bisavós, pais e netos, não é só gente nova. Agora vejo com agrado que as coisas estão a mudar para os mais velhos”.
Catarina Avelar estreou-se na RTP, em 1957, ao lado de Ruy de Carvalho, com “O Monólogo do Vaqueiro” e, ainda nos tempos do Conservatório, foi acolhida por uma diva da altura. “A senhora dona Amélia Rey Colaço foi ver o meu exame do conservatório e perguntou-me se queria ir para a companhia dela. Fiz ‘As Bruxas de Salém’ e, de lá para cá, são 60 e tal anos de profissão”, congratula-se.
Até fevereiro vai estar a gravar o “Conta-me”. Os atores reuniram-se depois de dez anos. “Recomeçámos como se na véspera tivéssemos fechado a porta. Damo-nos todos tão bem que é uma alegria vir trabalhar”, remata.
LEIA TAMBÉM:
