Gisela João fez um apelo aos seguidores, esta quinta-feira, para que não se esqueçam de fazer compras nas lojas de comércio tradicional, nem das pessoas que lá trabalham.
A fadista recordou, no perfil de Instagram, os 13 anos em que trabalhou num estabelecimento de comércio no Porto para falar sobre as donos das lojas que estão com um “ar derrotado” e preocupados com os familiares.
“Trabalhei muitos anos no comércio tradicional, foram quase 13 anos da minha vida dos quais me orgulho muito e que tenho saudades. Sei, por isso, a luta que todos os dias se travava para se manter os negócios abertos”, começou por explicar a artista. “Deu-me a capacidade de sentir na pele o olhar no horizonte das pessoas que estão à porta de lojas, cafés, restaurantes, retrosarias e por aí fora, à espera de clientes”, adiantou.
“Hoje fui à rua e dói-me, mas dói mesmo, ver o senhor dentro do café com os braços prostrados sobre o balcão com ar de derrotado. Fui às retrosarias, vazias, com as pessoas que lá trabalham sedentas de atender alguém”, prosseguiu, contando de seguida que visitou o café no qual foi almoçava quando trabalhava na rua Santa Catarina.
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O “senhor Vitor” e a “dona Alice” ainda são os donos desse estabelecimento. “Praticamente viviam ali e a preocupação deles era linda, não falhar nada à filha. Eu sei que estamos todos assustados, e que por isso as compras online nos fazem sentir de alguma forma mais seguros, mas se forem à rua, lembrem-se do senhor João que já sabe qual será o vosso pedido mal entram a soleira da porta, lembrem-se da dona Joana que sabe as maçãs que vocês gostam e vos oferecem sempre dois rebuçadinhos para os filhos […].”
Gisela João revelou que “muitas destas pessoas [com quem falou] têm resistido a propostas de compra dos seus espaços por números ‘xurudos’ mantendo assim os negócios e não dando espaço para mais uma loja da moda”.
“Preocupo-me com todas as áreas, não me entendam mal por favor, mas lembrem-se destas pessoas. Recebo muitas mensagens a perguntar onde compro materiais para os meus trabalhos manuais e por isso venho aqui dizer que, em Lisboa, as retrosarias da rua da Conceição estão abertas”, rematou.