João Reis serviu copos a Variações nos anos 80

No ar em “Conta-me Como Foi” e “Terra Brava”, o intérprete conta uma história desconhecida: serviu copos nos anos 80 às maiores estrelas que passavam pelo bar Frágil, em Lisboa.

Conhecido, desde sempre, como ator, João Reis revela, agora, ao site N-TV, uma faceta inédita: nos anos 80 trabalhou no bar Frágil, no Bairro Alto, em Lisboa, e serviu copos às maiores figuras vanguardistas da época, como António Variações, Rui Reininho, Miguel Esteves Cardoso, Zé Pedro ou Manuel Reis. A recordação surgiu a propósito da estreia da série “Conta-me Como Foi”, na RTP, que se desenrola nessa década e na qual João Reis é Inácio, um corretor da bolsa. Em simultâneo o ator pode ser visto, também, na SIC, na novela da noite “Terra Brava” na pele de um GNR.

“Nos anos 80 estava a viver a adolescência. Lembro-me da música, da maneira de vestir, um bocadinho kitsh para o meu gosto, eu era mais dark side, música alternativa e gabardinas”, começa por recordar ao nosso jornal.

“Trabalhei no Frágil, durante um ano e estava ao balcão da pista de dança. Fazia teatro de dia e quando saía ia trabalhar para o Frágil. Nessa altura passavam lá grandes nomes como o António Variações, o Zé Pedro, o Miguel Esteves Cardoso, o João Perry, mas recordo com saudade o Manuel Reis, que era uma pessoa e foi o percursor da noite de Lisboa. Era um patrão extraordinário”.

No Frágil “aparecia toda a gente”: “Os artistas plásticos, os meus colegas que me iam cravar copos…. aquilo eram noites de grande maluquice e perdição. Eu que estava do lado de cá do bar, como se costuma dizer, vi muita coisa que não posso falar!” diz, divertido.

E até há uma história para contar aos netos, quando João Reis fez, uma passagem de ano no espaço do Bairro Alto: “Não bebi uma gota de álcool até às cinco da manhã. A essa hora estava a lavar copos, parti um e cortei um dedo! Desmaiei e foi a Margarida Martins, que era a porteira, que me fez um curativo. Toda a gente me perguntava o que tinha bebido ou fumado, mas eu só dizia que não tinha tocado em nada! Depois, a partir das cinco manhã, foi sempre a abrir, até ao Frágil fechar. Estávamos em 1989, foi no meu primeiro ano que comecei a trabalhar como ator profissional no Teatro da Politécnica”, recorda, à despedida.