João Soares lembra as chegadas de Maria João Abreu a casa: “Amor!”

Fotografia: Instagram João Soares
João Soares, marido da malograda atriz Maria João Abreu, lembrou no Facebook o reencontro diário em casa com a intérprete que morreu vítima de um aneurisma.
O músico continua a revelar no Facebook algumas histórias em comum com a atriz que não sobreviveu a um aneurisma e acabou por perder a vida no Hospital Garcia de Orta, em Amada.
“Está a chegar o fim da tarde. Normalmente, eu chegava a casa antes de ti. E agora, em teletrabalho, por cá ficava, claro. E era por volta desta altura do dia, o final da tarde, que muitas vezes, ouvia a porta da rua bater e te reconhecia os passos a subir as escadas. Outras vezes, tinha a sorte de te ver pela janela do escritório, enquanto te aproximavas. Outras tantas, apenas dava pelo som agudo das chaves, seguido pelo rodar da fechadura… tu entravas e dizias: “Amoooor!!! Cheguei!” (ou algo semelhante)”, começou por lembrar João Soares.
“E enchias a casa e a minha alma, também. Mais a alma do que a casa. Muito mais… Era, sem me dar conta, o melhor momento do meu dia, porque iniciava o NOSSO dia. O nosso momento. Era o nosso reencontro diário. A nossa partilha. A nossa vida a dois, em que tudo se conjugava. Porque nós conjugávamo-nos. Estávamos um para o outro. Éramos um do outro. Éramos um. Um”, acrescentou.
“Agora, não oiço a porta da rua a bater, nem os teus passos a ecoar nas escadas. Não te vejo pela janela. As chaves não fazem barulho e a fechadura não roda. E tu não entras. E a tua voz não me invade. E a casa não fica cheia”.
“Mas a minha alma, sim. Aqui dentro, dentro dela, continuas tu. Com o nosso amor. O nosso carinho. As nossas vontades. A nossa vida. Estejas onde estiveres, sei que me estás a ver. Se calhar, até dizes ‘Amoooor!!! Estou aqui!’. E continuas a guiar-me. A preencher-me a alma. A aconselhar-me. A amar-me. Tal como eu te amo a ti. Tanto. Tanto. Tanto. Todos os dias. Como sempre te disse: ‘Amo-te hoje, um pouco mais do que ontem, e um pouco menos do que amanhã.’ Até ao fim da minha vida. A falta que me fazes… Minha João”, concluiu.