Jorge Gabriel dedica o título do Sporting ao pai: “Comemora no céu”

Jorge Gabriel
Fotografias: Instagram Jorge Gabriel

Jorge Gabriel foi um dos famosos em destaque na hora de celebrar o título do Sporting. O apresentador lembrou o pai, Albano.

Se Anna Westerlund já tinha lembrado o marido, Pedro Lima, na conquista do título de campeão nacional do Sporting, Jorge Gabriel recordou o pai, que o levou aos primeiros jogos dos “leões” em Alvalade.

O apresentador de “Praça da Alegria” começou por lembrar esses tempos, na década de 80, num longo texto nas redes sociais. “‘Nunca me largues a mão’. Era mais do que uma ordem. Era um clamor para que não me perdesse, tanto era o que me adorava. Tínhamos acabado de visitar o meu tio que definhava num hospital e seguimos a pé até ao velho Estádio José Alvalade, para o peão. O dinheiro de funcionário público não permitia loucuras. Era o tempo em que os miúdos – eu tinha 12 anos – podiam entrar na bola de borla”, começou por recordar.

“Derrotamos a União de Leiria, fomos campeões, e os dois, eu e o meu pai, invadimos o relvado que acabaria por perder um pedaço que levei para casa. Corria o ano de 1980 e era a primeira vez que sentia a turba e ouvia tanto júbilo ao sr. Albano. Dois anos depois, ninguém segurava de novo os leões. Os imbatíveis do Big Mal foram ao Restelo e o empolgamento era tanto que de novo ouvi: ‘Nunca me largues a mão’”.

“E lá fomos ver de novo o Sporting por ironia do destino exatamente com o mesmo resultado. 3–1. Foi um castigo conseguir entrar. Estava mais espigadote e os porteiros já não iam na cantiga de ter apenas dez anos. No final desse mesmo ano recebemos o Dinamo Zagreb para a Taça dos Campeões. Fui sozinho. A minha primeira saída noturna autorizada pelo meu pai. Exibição de luxo de António Oliveira, com três golos, que nesse mesmo dia perdeu o progenitor. Entrei para a bancada central por milagre, com 14 anos, agarrado a um desconhecido que garantiu ser meu avô”, acrescentou.

“A loucura foi tanta que perdi o comboio de regresso, e a hora combinada com o meu pai. Chave à porta. O meu pai abriu-a encarando-me e pedindo explicações. Antes que dissesse uma palavra afagou-me o cabelo e disse apenas: ‘Esquece isso. Que grande jogo’. Este ano comemora o título longe de mim. No céu, acredito eu. E esta foi das melhores heranças que recebi. Para o senhor Albano este é um clube de valores que tornam o Sporting diferente de todos os outros”, concluiu Jorge Gabriel.