“Tufão” é o nome do novo gato de José Carlos Malato, um animal que recebeu da sua irmã para combater a solidão após a morte dos seus cães.
Nas redes sociais o apresentador partilhou a primeira imagem do gato e escreveu um texto sobre o seu amor pelos animais, depois da morte dos cães.
“Nesta minha caminhada que é a descoberta do amor animal estou ainda a dar os primeiros passos. Dez anos não é nada. Apesar de tudo, tenho orgulho na jornada. Há dez anos que deixei de ser aficionado, que não vou a uma tourada, resultado de uma espécie de epifania que mudou radicalmente a minha vida. Para melhor”, começou por escrever.
“No entanto, nunca fui grande fã de gatos, confesso. Não sei bem porquê. Tenho medo da sua felinidade, dos olhos enormes, da aparente falta de afetividade para com os tutores. No fundo, não gosto da sua independência o que atira a discussão para patamares de carência que são evidentes em mim”.
“Acontece que perante a fatalidade de ficar sozinho a minha irmã decidiu trazer-me o único ser vivo que tinha em casa”, continuou.
“‘Não te quero sozinho! Fica aqui o Tufão!’ Com ele, veio uma caixa com areia, uma espécie de resguardo, um comedor para ração, água e uma pazinha para retirar os cocós! Foram todos embora e eu fiquei com aquela criatura, aparvalhado, sem saber o que fazer. Sem livro de instruções. Nunca mais soube nada dele, mas a meio da noite, senti-o ao de leve, aos pés da cama. Encontramo-nos, esporadicamente, a vaguear pela casa. Já percebi que é um intelectual”, acrescentou.
“Gosta de ficar deitado na secretária em frente ao computador. O resto é um mistério. Hoje consegui uns minutos de convívio porque trafiquei um pedacinho de atum. Quero fazer-lhe justiça. Vir viver com o tio Malato neste ambiente pós-guerra emocional é de grande valor. Deixar-me entregue aos meus pensamentos sem perturbar, é de grande abnegação e inteligência. E quando aparece, aparece sempre feliz, a abanar a cauda”, disse ainda.
“É outra forma de estar na vida. Devemos estar sempre de coração aberto para receber o que é diferente, o que temos medo e rejeitamos só porque não estamos habituados. Porque desconhecemos. Devagarinho, o tio vai aprender a gostar de ti. E tu não precisas de mudar. Ninguém pode ser quem não é! Obrigado irmã. Obrigado ‘Tufão’. Não sei onde estás, mas sei que estás! E isso conforta-me”, rematou.