José de Abreu marcou presença, esta quinta-feira, 3 de fevereiro, no vespertino “Júlia”, na SIC, e recordou alguns momentos mais conturbados da sua vida.
O ator brasileiro abriu o livro da sua vida a Júlia Pinheiro e recordou o tempo em que foi vítima de abusos sexuais por parte de um padre quando frequentava um seminário.
“Fui para o seminário com 12 anos. A minha mãe disse-me que era uma educação superior, que era o melhor que tinha. Era um bom aluno, tirava sempre notas boas porque gostava de estudar”, começou por recordar.
“Naquele tempo, a igreja católica fazia a campanha das vocações sacerdotais e vários padres vinham visitar casas de meninos. Uma noite, a ver um filme extremamente cristão, estávamos a ver uma cena onde o menino fala com Jesus que estava no sótão pregado na cruz e um padre enfia a mão nas minhas calças”, confessou.
De seguida o intérprete lembrou o medo que sentiu, que o levou a não contar o que tinha acontecido.
“Foi uma coisa extremamente traumatizante. Tinha que confessar e tinha medo. Não podia confessar, pois tinha que dizer quem foi. Depois foram quatro meses em que não dormi, foi um trauma terrível que tive de subliminar”, revelou.
“Não achava que era assim tão grave, para mim foi muito mas… quando começaram as denúncias desse tipo de religiões, eu lembrei-me e comecei a fazer ligações. Percebi que aquilo era um ataque sexual”, concluiu.
O ator abordou ainda várias questões políticas relacionadas com o Brasil.
