Katia Aveiro afirma que “guerra e ditadura” levaram ao alcoolismo do pai

Fotografia: Instagram Katia Aveiro

No dia em que se assinalam 49 anos sobre o 25 de abril de 1974, Katia Aveiro lembrou o pai, a ditadura e o combate em África.

Katia Aveiro lembrou o pai, José Dinis, a propósito das celebrações, nesta terça-feira, da “revolução dos cravos”. A empresária e irmã de Cristiano Ronaldo publicou imagens do progenitor no Ultramar e atribuiu a “guerra” e a “ditadura” ao “alcoolismo” de José Dinis.

“Estas fotos são de um ex-combatente da guerra de Angola… depois disso eu e os meus irmãos e tantos outros ficaram livres… (algumas vezes)”, começou por referir nas redes sociais.

“Esse ex-combatente era o meu pai e ali tinha pais de outros… a ditadura não vivi, vim pouco tempo depois, mas ela permaneceu até que o meu pai se foi, permaneceu na revolta dele, sem apoio de um governo desgovernado, permaneceu dentro da nossa casa, no alcoolismo que ele carregava para esquecer as mortes dos amigos… do sangue que viu na guerra fria. Contra a vontade dele e a de tantos”, acrescentou Katia Aveiro.

“Hoje comemora-se o 25 de abril… E os filhos da Guerra? Que memória ficaram? A dos cravos ou as que marcaram a vida de tantas famílias para sempre? Eu sou as marcas de uma família e outros são de tantas … e seguimos na luta pela verdade e pela liberdade… por ele e por tantos”.

“Quem ele foi? Quem somos nós? Filhos da Guerra do Ultramar? E hoje se comemora o 25 de abril em Portugal, dia da Liberdade, e será que somos assim tão livres? Eu sigo vivendo livre pelo meu pai e por tantos outros pais que marcaram a nossa história… às comemorações que hoje se fazem aqui com ‘ilustres’ presentes e convidados não assisto… me recuso… sinto vergonha… não assisto…”

“E a guerra que o meu pai enfrentou foi a maior verdade que ele nos deixou… Hoje é o 25 de abril… Mas já teve dias antes desse dia… E eu guardo pela memória do meu pai e do pai dos outros…”, rematou Katia Aveiro.