Margarida Corceiro reage à polémica das fotos íntimas: “Somos assim tão pequeninos”

Margarida Corceiro
Fotografia: Instagram Margarida Corceiro

Margarida Corceiro reagiu, esta quarta-feira, 23 de março, à polémica das fotografias íntimas que, segundo os internautas, estavam a circular na rede social Twitter.

A atriz, de 19 anos, mostrou-se indignada com a situação, referindo também estar a ser um momento “difícil” por ver a família e os amigos terem de lidar com as consequências desta polémica.

“Voltar aqui, depois de tudo o que se tem dito sobre mim e sobre a minha imagem, não é fácil. Mas cá estou. As redes sociais têm o bom da partilha positiva e a fragilidade da partilha negativa. Que sirva de ponto final para outros casos e que vos ajude a perceber a gravidade da situação”, começou por escrever.

“Quero que imaginem. Quero que calcem os meus sapatos – meus e de todas as pessoas a quem isto já aconteceu. Imaginem estar tranquilos na vossa casa ou no vosso trabalho e encontrarem uma imagem, que dizem ser vossa, a circular pela Internet. Milhões de comentários especulativos, milhares de mensagens, telefonemas sem parar e, o mais difícil, verem todos os vossos amigos e família a ter de lidar com tudo o que vai saindo sobre vocês. Sem poderem fazer nada”, prosseguiu.

A artista, que integra o elenco da novela “Quero é Viver” (TVI), admitiu que, mesmo estando habituada a ver o seu nome ser “tendência”, desta vez, não deu para “rir” e ignorar a situação.

Margarida Corceiro
Fotografia: Instagram Margarida Corceiro

“Imaginem sair à rua e terem a sensação de que estão todos a olhar para vocês. Imaginem vir nas capas dos jornais, das revistas. Aparecer como destaque de sites, ser tendência numa rede social, por motivos completamente alheios à vossa vontade. O meu telefone parou e eu parei com ele. Mesmo estando habituada a ter o meu nome ‘a concurso’ e dezenas de mentiras diárias a circular sobre mim – que algumas até me fazem rir muito – desta vez não deu para rir”, afirmou.

“E sabem porquê? Porque eu tenho a sorte de ter uma estrutura familiar coesa, amigos presentes e profissionais que me acompanham e ajudam a lidar com a situação. Mas há centenas de pessoas que não têm. Garanto-vos que não me ri com as mensagens que recebi de pessoas com histórias semelhantes e que, por isso, só queriam desaparecer e pôr termo à vida. Não me ri com histórias de pessoas que acabaram mesmo por fazê-lo por verem a sua intimidade completamente violada e ‘repartilhada’, vezes e vezes sem conta. Recordo, tudo porque alguém decidiu fazer uma partilha”, lembrou.

“Somos assim tão pequeninos para precisarmos de devassa, partilha, escrutínio e julgamento? Somos assim tão fracos para não conseguirmos acabar com o ‘olha aqui o que me enviaram’? Garanto-vos que deste lado fiquei muito surpreendida, pela negativa, por saber que dar corpo a um monstro está nas nossas mãos e que, muitos, escolhem alimentá-lo e continuar a corrente sem nunca pensar no impacto que pode estar a ter na vida de alguém”, disse.

Margarida Corceiro espera ainda que a sua “partilha” sirva para ajudar a refletir sobre o tema e a entender melhor as pessoas que passam por situações semelhantes. “Que esta minha partilha ajude a refletir sobre este tema e que permita que as centenas de pessoas a quem isto já aconteceu, sobretudo mulheres, possam ser percebidas e não julgadas. E, lembrem-se, agora foi comigo, amanhã pode ser convosco ou com alguém que vos é muito próximo. Termino a agradecer-vos todo o apoio que me foi chegando nestes dias direta ou indiretamente. Tenho muita sorte em estar tão bem acompanhada, senti todo o vosso apoio e li cada uma das vossas mensagens. Muito obrigado”, concluiu.