Nuno Markl critica a retirada de cartaz sobre abusos sexuais na Igreja

Fotografia: Instagram Nuno Markl

Foram colocados em Lisboa cartazes que recordaram os abusos sexuais na Igreja. Mas, um deles foi retirado, na zona de Oeiras. Nuno Markl reagiu.

Com o início da Jornada Mundial da Juventude e a chegada do Papa Francisco a Portugal, foram erguidos, por Lisboa e arredores, cartazes que lembram os abusos sexuais na Igreja.

“4800 crianças abusadas pela Igreja Católica em Portugal” lê-se nos cartazes colocados em Loures, Lisboa e Algés. Contudo, o que foi afixado em Algés, Oeiras, foi retirado poucas horas depois, por alegada “publicidade”, defendeu a câmara. Essa ação foi criticada por Nuno Markl.

“Não é um cartaz que estraga tão grande festa. Pelo contrário: este cartaz apenas lembra que há um assunto sério, importante, que não pode ser esquecido e que deve ser falado nesta festa. Creio que o próprio Papa Francisco concordará com isto”, começou por escrever o radialista nas redes sociais.

“Este memorial não era ‘publicidade ilegal’, porque, para começar, não é publicidade a nada. Pelo que sei, foi um espaço comprado através de uma recolha de fundos. Democracia é poder lembrar-se que isto existe, nesta altura. Apagar isto não me parece que seja democracia”, disse de seguida.

“Varrer assuntos para debaixo do tapete é prática comum – o problema é que, com este assunto, o tapete fica com um alto de mais de 4800 crianças de altura”, destacou.

Markl escreveu ainda um pouco da sua história e relação com a religião e a família e concluiu: “Quando se diz ‘deixem a justiça tratar do assunto e não chateiem a Igreja’, a questão é que – perdoem-me – mas a Igreja tem mesmo de ser chateada sobre isto. Para que não mais se escondam crimes tão sérios e para que a Justiça possa, como todos queremos, agir. Este cartaz é sobre isso. Não é um ‘o teu mundo tem mais pedófilos que o meu’. Por isso é importante. Por isso não deveria ser retirado (…)”.