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Nuno Markl: “Tive momentos de tristeza profunda”

Fotografia: Instagram de Nuno Markl

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Nuno Markl foi o primeiro convidado da segunda temporada do podcast “Reset”, de Mariana Cabral, mais conhecida por “Bumba na Fofinha”.

O humorista falou sobre “a importância gloriosa dos fracassos” numa conversa divertida e descontraída. O radialista, de 50 anos, contou algumas histórias engraçadas da sua vida, mas também abordou temas mais difíceis.

O autor da rubrica “O Homem que Mordeu o Cão”, da Rádio Comercial, relembrou a altura da vida em que sentia “uma tristeza profunda” e começou a ter dificuldades em distinguir o personagem da seu “eu” real há cerca de dois ou três anos.

“De repente percebi se calhar estava-me a transformar só nisso. A partir do momento em que me acontece uma coisa e a minha primeira tentação é ver se vai dar um bom texto na rádio e de repente começo a ver que as pessoas na minha família sabiam de coisas via rádio porque eu já não falava com elas, para mim tudo era material de comédia, já não havia material de vida”, começou por explicar.

O autor contou quais eram os momentos em que sentia mais deprimido. “Geralmente era quando estava sozinho a pensar na vida. As noites e as manhãs de fim de semana, quando estava sem o meu filho, eram muito duras porque era o tempo em que estava a pensar naquele beco em que estava e do qual parecia que só conseguia sair através do trabalho. Durante a semana estava mais ou menos apaziguado porque estava a trabalhar e a achar que conseguia fazer terapia a mim próprio por via da comédia, mas na verdade não, só estava a cavar um buraco mais e mais fundo”.

Nuno Markl abordou a necessidade que teve de fazer terapia. “Felizmente tenho amigos muito atentos, nomeadamente o Vasco Palmeirim, que me disse que devia fazer terapia e fiz e foi ótimo”.

“Estava num estado de confusão tremendo em que já não sabia se o que estava a dizer na rádio era a personagem ou se eu era aquilo. Depois comecei a questionar, se calhar não sirvo para mais nada a não ser para isto, sou tipo uma força de comédia radiofónica que não merece ter outra existência fora da rádio. […] tive momentos de tristeza profunda que não sabia explicar”, contou.

O radialista lembrou ainda que durante esse período teve que parar e foi até ao Alentejo para descansar e recuperar.