Recorde aqui a última entrevista de Filipe Duarte

Filipe Duarte
Imagens retiradas do vídeo promocional do filme "Variações"

O ator morreu, esta sexta-feira, aos 46 anos. Recorde aqui a última entrevista de Filipe Duarte ao “Jornal de Notícias” e N-TV, que foi publicada 4 de outubro do ano passado.

Foi um encontro raro, porque são poucas as vezes em que é possível estar frente a frente com um dos atores portugueses mais internacionais e que, nos últimos tempos, tem gravado em Espanha.

Filipe Duarte, 46 anos, regressou a Lisboa para promover o filme “Variações”, que conta a história do ídolo da música pop dos anos 80 e que se estreia a 22 de agosto. O pretexto foi falar da obra mas, também, do que o ator anda a fazer, porque, embora seja um dos galãs da ficção nacional, é um dos protagonistas mais discretos e com menor exposição na Imprensa. Sentado numa cadeira “vintage” do Purista, uma das barbearias da moda em Lisboa, o ator começa por garantir que, apesar de ser pouco mediático, não está desaparecido em combate.

“Estou a fazer cinema e um filme chamado ‘Nunca nada aconteceu’ [de Galvão Teles]. E estou contente. É cinema português e uma película da qual gosto muito”, referiu. Filipe Duarte. E haverá dinheiro para se subsistir apenas de cinema em Portugal? “Estou a tentar fazer aquilo que quero. Às vezes, nem sempre é o dinheiro que está na balança, pelo menos para mim. Não estou no cinema português pelo lado financeiro. É mesmo o gosto de contar histórias, temos que ir medindo sempre o que se quer fazer e o que se pode”.

Para já, a grande aposta é em Espanha, onde tem agente. “Tenho feito umas coisas boas em Espanha. Vou lá quando tenho projetos. Um deles adorei fazer: chama-se ‘Matadero’ e é uma série, muito gira, de dez episódios”.

“Hoje, o cinema não é o mesmo de há dez anos. No cinema, hoje, há muita pressão. Antigamente fazia-se um filme em 12 semanas. Agora, fazem-se em cinco e continuamos com os mesmos problemas e as mesmas responsabilidades”, notou.

Novelas e tempo

Em Portugal, Filipe Duarte fez duas novelas: “Fúria de Viver” (SIC), em 2002 e “Belmonte” (TVI) em 2014. Há uma explicação. “A novela é sempre um projeto muito grande, que pode durar um ano ou mais, com as várias temporadas. A minha grande dificuldade não é com o género. Normalmente, já tenho projetos falados – peças de teatro, cinema –, que estão apalavrados, e não me posso comprometer com uma novela tendo outras coisas garantidas. Normalmente, é essa a minha grande dificuldade”, diz, acrescentando: “Gosto imenso de fazer novelas, mas, se calhar, é como no futebol: gosto de jogar, não gosto de ver. É um ginásio incrível, aprendi muito. Ainda bem que as fiz”.

Na memória ficou o projeto da TVI: “Adorei fazer ‘Belmonte’. Tinha uma equipa espetacular, gostei do tema desformatado porque era uma temática de homens e normalmente é ao contrário, a heroína é a mulher. Esse tipo de novelas interessa-me”, diz.

Em “Variações”, filme que tem Sérgio Praia e Victória Guerra como protagonistas, Filipe Duarte dá vida à personagem de Fernando Ataíde, o amor da vida do músico, partilhado com Rosa Maria.

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