Rui Maria Pêgo revela detalhes sobre orientação sexual

Rui Maria Pêgo esteve no programa da TVI “Conta-me como És” no qual, em conversa com Fátima Lopes, fez várias revelações sobre a sua vida.

O atual jurado do programa “A Tua Cara Não Me É Estranha” da TVI recordou alguns momentos que viveu durante a infância e o percurso profissional, sublinhado a luta pública pelos direitos LGBT. O apresentador já se assumiu publicamente homossexual e faz questão de marcar presença nas marchas.

“As lutas LGBT são muito importantes porque essa luta é também a luta das mulheres, é a luta contra o racismo (…) É a luta de todos. Uma marcha é importante porque é o momento para estarmos todos juntos”, começou por dizer.

É preciso haver um Pride porque há pessoas que são assassinadas. Ainda há poucos dias um miúdo, de 17 anos, foi espancado em Coimbra por três homens. Os pais estarem presentes num momento como uma marcha LGBT é fundamental para dar a sensação de que os filhos são protegidos. As famílias são fundamentais”, sublinhou.

O locutor fez questão de destacar que o facto de ser filho de duas grandes figuras públicas, Júlia Pinheiro e Rui Pêgo, não teve apenas influências positivas.

“É sempre difícil seres filho de alguém que é reconhecível de alguma maneira. Esta coisa de haver sempre uma leitura sobre ti é injusta”, desabafou.

“A dada altura queria ser só uma criança, não queria ter que estar preocupado com o que é que as outras pessoas achavam e aos dez anos já estava preocupado com isso. A primeira vez que entrei no quadro de honra na escola disseram-me que só entrei porque era filho da minha mãe”, relembrou.

Rui Maria Pêgo deixou ainda algumas criticas ao país referindo a vontade que tem de experienciar viver noutro país.

“Não quer dizer que as pessoas me ataquem na rua, não é nada disso, mas há muito tempo que sei o que é que é ter que ter uma persona pública. Por isso é que esta minha luta pela autenticidade, pelo espaço e pela voz teve que ser eu a arranjar a minha voz, eu a arranjar o meu tempo. E tive a sorte que isso fosse possível”, acrescenta.

Sobre a orientação sexual, o apresentador sublinhou que assumir-se homossexual em público não foi uma decisão fácil e confessou que algum receio na época.

“Esperava que tivesse impacto, não esperava era que fosse capa de jornais, […] mas neste caso ainda bem porque de outra forma não chegaria a tanta gente. Ainda hoje recebo mensagens por causa disso”, revela.

Fui dissuadido muitas vezes e perdi trabalhos, tenho a certeza. Perdi oportunidades de trabalho porque havia a leitura de que eu era gay mas não falava, não dizia. […] Sei que isso aconteceu frequentemente e provavelmente não tive algumas oportunidades por causa disso. Isso significa que tinha que haver uma mudança não só na minha vida como na vida de todos. E nesse aspeto tenho que dizer publicamente que o Goucha para mim é uma inspiração tremenda. Ele é maravilhoso. Não só é o melhor apresentador como é de uma coragem e uma elegância a fazê-lo… E foi muito importante”, admite.

TEXTO: Mariana Capante

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