Durante a Semana da Moda de Paris, a atriz Taís Araújo falou sobre o preconceito enraízado na sociedade e recordou como o viveu na sua adolescência
Taís Araújo apresentou-se na noite passada na Semana da Moda de Paris, onde desfilou no Le Défilé – Walk Your Worth, pela L’Oréal Paris. A atriz esteve à conversa com a revista “ELA”, do jornal “O Globo”, com quem falou sobre o preconceito que sofreu desde tenra idade.
A atriz recordou que, até há alguns anos, era uma exceção haver uma pessoa negra em campanhas para marcas: “Hoje em dia, ligam a televisão e é impossível haver uma campanha, do que for, sobretudo de beleza, sem uma mulher negra de vários tons”, referiu.
Taís falou, também, sobre o momento em que se “sentiu bonita pela primeira vez”: “O que me ajudou muito, numa fase crucial, que é a adolescência, foi ter-me tornado modelo. (…) Eu era a única adolescente negra nos espaços que frequentava. Uma amiga minha ouvia os meninos a dizer: ‘A Taís é bonita, mas não dá para beijar, não é?’. Ouvir esse tipo de comentário, saber que isso existia e comprovadamente não beijar ninguém, porque ninguém queria. O meu primeiro beijo foi na Bahia, em Porto Seguro, com um baiano, aos 14 anos. Tive que ir à Bahia para beijar na boca”, contou à publicação.
Mãe de dois filhos, João Vicente, de 12 anos, e Maria Antónia, de 8 anos, Taís Aarújo explicou que o mesmo já não aconteceu com a filha: “Ela ama a Iza, tem o cabelo igual ao dela. A Maria sabe que é bonita e cheia de possibilidades”.