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Vítor Norte: “Antigamente mudava de roupa nos urinóis públicos”

Fotografia: Instragram Sara Norte

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O ator, que entrou na primeira novela portuguesa, faz o balanço da ficção nacional. Em “Festa é Festa” Vítor Norte dá vida ao divertido “Manel” e contracena com um amigo de infância.

É um dos atores portugueses mais reconhecidos, fruto do trabalho na ficção nacional há mais de 40 anos, com “Vila Faia”, a primeira novela portuguesa, em 1982, a marcar-lhe a vida para sempre. De lá para cá seguiram-se séries, teatro, cinema e televisão com o “Manel”, da novela da TVI “Festa é Festa”, a fazer o balanço de várias décadas a aparecer em frente ao público.

“Sou do tempo da idade média das novelas. Fiz a primeira”, lembra, em conversa com a N-TV. “O grande motivo das novelas é o amor, que é uma coisa que na humanidade não acaba”, acrescenta, ao mesmo tempo que recorda que, em 1982, todos os sonhos eram possíveis. “Fiz a primeira novela, a ‘Vila Faia’, com uma equipa extraordinária e grandes sonhos, foi um sucesso porque também foi a primeira”.

De lá para cá, Vítor Norte diz que a evolução foi enorme. “Acho que agora se consegue um produto melhor, mercê do talento dos miúdos novos, aliado ao dos mais velhos. Há melhores câmaras, luzes, os técnicos são topo… não sei se aquela fórmula só de amor continuará ou se as coisas vão ficar mais leves”, sublinha, numa referência a “Festa é Festa”. “Agora estamos numa de cómicos, o ‘Golpe de Sorte’ foi a lança em África para as novelas cómicas, entretanto estreou-se a ‘Rua das Flores’…”

O ator assinala, também, que a par da evolução da tecnologia, os atores também viram melhoradas as condições de trabalho. “Há outras condições para os atores. Já temos uma sala a sério, carros para nos vestirmos, é diferente. Dantes vestíamo-nos em cabines telefónicas e nos urinóis públicos!”, lembra, com um sorriso.

Com “Festa é Festa” a completar um ano, o intérprete faz o balanço. “Um balanço de um ano é sempre uma coisa extraordinária, porque os êxitos são tão difíceis, especialmente nas novelas. Ser reconhecido na rua pelo sucesso, perguntarem-me pelos outros atores, é uma coisa que nunca me tinha acontecido”, refere, para exemplificar. “Perguntam-me pela Maria do Céu Guerra e se vamos namorar. Digo que não sei”.

Mas vão namorar? “Bem, o Manel vive ali em casa, é o galaró, depois aparece lá outro galaró (o ator Júlio César) tem de levar logo umas bicadas, não me tiram do poleiro!”

A amizade com Júlio César vem da adolescência. “É engraçado porque eu e o Júlio, que faz de ‘Abel’, somos amigos desde miúdos. Conheci os pais dele, eles os meus, ia a casa deles. É um prazer redobrado ele ter vindo para aqui porque contracenamos e temos liberdade para fazer o que nos der na cabeça, confiamos um no outro”.

Para Vítor Norte “o segredo da novela são os autores, que escreveram o texto”. “Aqui está tudo na boa. Há um esforço de toda a equipa, estamos todos muito contentes, mas nem falamos muito nisso nos bastidores”, assume o ator.