Sara Prata revela ter vivido momentos de sufoco quando se sentiu assediada por um motorista de táxi. “Decidi registar tudo”, partilha a atriz, nas redes sociais, como alerta para quem se sinta na mesma situação.
Desconfortável após uma viagem de táxi, em Lisboa, quando regressava do Porto, em que se sentiu assediada pelo motorista, Sara Prata denunciou publicamente a situação, para ajudar quem passe pelo mesmo.
“Comecei a inventar chamadas, para evitar que a conversa continuasse. Mas este homem, olhando para mim de cima abaixo, observava-me e até me perguntava se eu estava com frio, por ir tão tapada (estava de vestido e decidi colocar o meu casaco a tapar as pernas, até porque o braço dele já estava demasiado próximo de mim) e insistia de novo e de novo num jantar ou num copo”, conta.
O relato continua: “Eu estava presa no trânsito, no meio da Segunda Circular, não podia simplesmente sair e ficar na faixa de rodagem, e tinha a mala no carro. Decidi registar tudo. Um vídeo da conversa em que se percebe a insistência dos convites, o registo profissional do condutor, a matrícula. Alterei o destino e fiquei longe para que ele não percebesse para onde ia”.
A atriz sublinha que “foram minutos paralisantes”: “O sentimento de medo, de sentir-me exposta, observada e intimidada ainda hoje não foi totalmente embora”.
Sara nota ainda a necessidade de “alerta constante” a que as mulheres são obrigadas: “Fomos e ainda somos por vezes meras presas, que se veem obrigadas a travar este sentimento que só nós conhecemos”.
Grata pela mensagens recebidas, admite que esta é a realidade e que não há “como aligeirar o cenário, achando ou mesmo acreditando que as coisas estão diferentes”. “Precisamos de ser respeitadas, precisamos de nos proteger umas às outras. Lamento muito que tenhamos de continuar a passar por isto”, defende.
Curiosamente, Sara Prata realça que, “no meio de centenas ou talvez milhares de mensagens de partilha, ou de apoio”, recebeu “apenas duas mensagens de homens”. “Até pode ser coincidência e eu estar a ser injusta, mas não consigo deixar de pensar que enquanto acharmos que isto é apenas um problema das mulheres, continuaremos perdidos como sociedade, e aí nada mudará mesmo”, conclui.