Daniel Oliveira: “Acho que serei um bom pai. Acho que terei competência para a ‘função'”

Casado com Andreia Rodrigues desde 24 de junho, Daniel Oliveira não esconde que quer ser pai. “Tudo na vida tem chegado na altura certa e os filhos também”. Na segunda parte da entrevista à N-TV – a primeira pode ser lida aqui – confessa que o assunto não é tabu, que adora crianças e que o momento há de chegar. Mas não se compromete com 2018…

TEXTO: Nuno Azinheira

O livro chama-se “Sobre o Amor”. É disso que falamos agora. Ainda por cima, o subtítulo do romance é “Que farei depois de te amar?”. Eis o mote para a pergunta que os vossos seguidores querem ver respondida: e agora, o que se segue? Falo de filhos, evidentemente…
[gargalhada] Sim, foi um ano muito intenso por várias razões e a principal das quais o casamento. Foi um passo ponderado, pensado e que foi muito feliz. Foi um dos dias mais felizes da minha vida, porque tinha os meus comigo. Em termos práticos, do dia-a-dia, a vida não mudou, é exatamente a mesma, tirando a aliança e a adaptação à aliança.

“O facto de até termos lá a nossa cadela, a Roma, foi especial. Assim que nós nos beijámos e trocámos alianças, a Roma veio a correr para nós aos saltos. Há vários momentos que ficam para sempre e que fazem daquele dia inesquecível”

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É mesmo uma adaptação difícil?
[risos] Não é um mito, não é um mito. Não, estou a brincar, não é difícil. A aliança tem outra vantagem: é um elemento anti-stress. Porque estou sempre a mexer na aliança. Mesmo nas entrevistas já tive de me conter, porque dou por mim a ouvir o convidado e a mexer na aliança. Mas foi um passo para o futuro. E este estado que tenho vivido este ano também ajudou à concretização deste livro. Um estado mais onírico, de viver um momento que é muito particular, e que eu não intuía que tivesse a intensidade que teve.

Não?
Não. Ou seja, intuía que seria um momento especial e fantástico, como foi. Mas não sabia que passava tão rápido, não sabia que estaria tão nervoso em determinados momentos, mas calmo, aparentemente calmo, noutros. Houve vários momentos muito especiais. O facto de até termos lá a nossa cadela, a Roma, foi especial. Assim que nós nos beijámos e trocámos alianças, a Roma veio a correr para nós aos saltos. Há vários momentos que ficam para sempre e que fazem daquele dia inesquecível.

“Nós somos muito felizes assim. E, portanto, se acontecer e quando acontecer [a chegada dos filhos], será ótimo, será somar mais amor ao que já existe”

E nesse momento também… “o melhor ainda está para ver”?
[gargalhada] Sim, o melhor ainda está para ver. Seguramente que sim. Estes sete anos de vida em comum que já levamos são a prova de que o melhor ainda está para ver. Mal seria, não é?

Andamos às voltas e não podemos adiar mais. O apelo da paternidade já mexe em si?
[risos] Mexe, claro que sim, mas no sentido de somar àquilo que já existe, não como tentativa de colmatar o que quer que seja. Nós somos muito felizes assim. E, portanto, se acontecer e quando acontecer, será ótimo, será somar mais amor ao que já existe. Portanto, para responder à sua questão, tenho esse apelo mas não tenho essa urgência. Não vejo que seja uma questão urgente. Há momentos certos para as coisas acontecerem e quando olho para trás e vejo o caminho que trilhei profissionalmente, percebo que se tivesse sido pai antes, não teria dado a atenção que quero dar a um filho.

Mas tem 36 anos. Provavelmente, também não vai querer ser pai só aos 40 ou aos 45…
Vamos ver. Eu não traço essas metas que nos obrigam a qualquer coisa. Quando tiver de acontecer, acontecerá e será ótimo.

Portanto, está a dizer-me que ser pai não está na sua cabeça para breve?
Não, está na minha e na nossa cabeça, claro. Quero ser pai, queremos ser pais. Mas não há essa urgência, essa pressa.

Para 2018 ainda falta…
[risos] Não sei, vamos ver, vamos ver o que a Natureza nos dita. Sem urgências. A Ana Brito e Cunha viveu um momento muito difícil da sua vida, porque perdeu um bebé, e contou-o no “Alta Definição”. Isso era desconhecido do público até ela vir ao programa. E ela dizia muitas vezes que há uma pressão social muito grande sobre as mulheres por causa dos filhos. Isto, é bom reconhecer, acontece muito mais com as mulheres do que com os homens. Elas são muito mais instigadas do que nós. E eu pensei muito nisso. Nós questionamos as nossas amigas, sempre de uma forma querida, próxima e afetiva, sobre a maternidade, perguntando “Então, e quando é que serás mãe?”, e raramente pensamos no que é que está para lá. E de como essa pergunta, às vezes, pode ser uma pressão imensa sobre uma futura mãe. Pegando nessa lógica também, não tenho qualquer urgência. O que aconteceu nestes últimos 20 anos é tão bom, que é preciso ter calma. Estou sempre a citar os convidados do “Alta Definição”: o Miguel Araújo dizia “eu não peço nada. Espero apenas pelo melhor que possa vir”.

“Tenho essa apetência para me misturar nas brincadeiras das crianças. Quando um dia isso acontecer, deixo a responsabilidade para a Andreia e a parte lúdica para mim [gargalhada]. Não, não pode ser, estou a brincar!”

É pública a sua paixão por crianças. O Daniel mostra-se muitas vezes nas redes sociais com os seus sobrinhos…
Sim, é verdade. Tenho essa apetência para me misturar nas brincadeiras das crianças. Quando um dia isso acontecer, deixo a responsabilidade para a Andreia e a parte lúdica para mim [gargalhada]. Não, não pode ser, estou a brincar! Mas sim, acho que serei um bom pai. Acho que terei competência para a “função”. Nós procuramos sempre dar aos nossos filhos aquilo que gostaríamos de ter sido e tido em crianças. Tenho esse desejo também para mim.

Sente que tem aí umas contas a ajustar com o passado?
Não, nada disso. Eu tive uma infância ótima em muitos domínios.

Mas não convencional.
Sim, não convencional.

Mas sente que isso, o que passou com os seus pais, fará de si um pai diferente?
Depois, quando for pai, digo-lhe [risos]. Mas, lá está, o amor que temos em excesso ou em falta determina muito aquilo que nós somos e a forma como nos entregamos aos outros. Olhando para trás, não sei descodificar se a forma como sou hoje se projetará na relação com os meus filhos. Nem consigo perceber se isso terá a ver com o amor em excesso que tive dos que me eram mais próximos, ou se alguma coisa de que fui privado. É natural que seja uma soma das duas coisas. Quando for pai, isso também acontecerá. Se tivesse sido pai aos 20 anos, teria sido um pai seguramente diferente do que serei quando chegar a hora. Somos o fruto da soma das nossas circunstâncias.

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