Drama. Jornalista Cláudia Lopes recorda a morte do pai e do filho. “Acho que chorei muito”

A jornalista Cláudia Lopes recordou dois dos piores episódios da sua vida e o período de sofrimento e recuperação de cada um.

A profissional da TVI esteve como convidada no programa “Conta-me como És”, de Fátima Lopes, no qual conversou sobre os dois momentos da sua vida de “dor” que a fizeram “chorar muito”.

Quando descobriu que estava grávida, Cláudia Lopes e o marido ficaram muito contentes por irem ser pais de dois bebés. No entanto, a vida não esteve do lado da jornalista e um dos bebés morreu.

“Acho que chorei muito uma vez, muito. E nesse dia agarrei-me ao meu marido e disse: eu não posso chorar mais porque não quero ter um filho triste”, começou por recordar a comunicadora.

“Tens que agarrar naquela dor, dar um nó, resolvê-la na tua cabeça, porque acho que as dores não se escondem, não podes enfiá-las para debaixo do tapete mas tens que resolvê-la”, prosseguiu.

A vida pregou-lhe ainda outra partida: a morte do seu pai, vítima de cancro da pele. “Nunca me desmanchei à frente da minha mãe, porque achei que não havia dor como a dela. Ela foi casada quase 52 anos com o meu pai. Foi o homem da vida dela e acho que não há dor como essa. Falámos sempre disso como é óbvio”, disse.

A jornalista da estação de Queluz de Baixo recordou ainda alguns detalhes da batalha. “Ele teve um sinal grande nas costas que nós lhe dissemos durante muito tempo para ele ir tirar e ele dizia: ‘Tenho isto desde que nasci, agora vou lá tirar isto’. Foi um bocadinho casmurro e teimoso”, adiantou.

“Nunca fez radioterapia nem quimioterapia, foi um processo, para nós, menos doloroso. Não o vimos perder qualidade de vida. Mas metastizou, duas vezes […] Uma afetou-lhe a parte pulmonar e mesmo assim conseguiu participar num ensaio clínico e teve ainda um ano com qualidade de vida. Mas a segunda metástase é aquela que o mata. Ele só esteve 17 dias internado no IPO. Faz uma metástase no cérebro e não há mesmo volta a dar”, contou.

Ainda nos dias de hoje, Cláudia se lembra do progenitor. “Lembro-me do meu pai todos os dias. Nós éramos muito parecidos, de carácter, de feitio e até fisicamente. Era a menina dos olhos verdes do meu pai. Era aquela pessoa muito afetiva. É um buraco”, referiu.

TEXTO: Tiago Firmino

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.