TEXTO: Ana Filipe Silveira
Quase três anos depois da morte de André Sousa Bessa, Judite Sousa garante que vai sofrer até ao fim da sua vida. Em entrevista a Cristina Ferreira, fala das condições por que o filho passou após a fatídica queda numa piscina. “Se há algo que me conforta na vida é saber que o meu filho não sofreu”, realça.
A vida de Judite Sousa não mais foi a mesma desde que o seu único filho, André Sousa Bessa, perdeu a vida a 29 de junho de 2014. Numa grande entrevista a Cristina Ferreira, a jornalista abriu o coração e falou sobre o episódio que lhe trouxe “uma dor incomparável”, equiparada a “uma doença crónica”.
“Eu sofro. Eu sofrerei até ao fim da minha vida. Como todas as mães e todos os pais que perderam filhos”, lembra Judite.
A morte de André foi provocada por um acidente numa piscina, o que suscitou, na altura, muitas suposições na imprensa. A jornalista da TVI revela que o filho se encontrava “sozinho” e que “ninguém viu” a queda, que viria a ser mortal. “Nunca ninguém poderá dizer em que circunstâncias o meu filho morreu. (…) O que há são conclusões do Ministério Público e uma autópsia”, explica à revista “Cristina”.
Quando deu entrada no hospital, André já se encontrava em “morte cerebral” e manteve-se “durante dois dias (…) ligado a uma máquina de suporte de vida”.
Emocionada, Judite Sousa admite não ter tido esperança na mudança do boletim clínico do filho. “Eu, todos os dias, dava notícias sobre pessoas que estavam em morte cerebral. Todos os dias. Eu sabia o que era estar em morte cerebral”, ressaltou.
O dia em que a máquina foi desligada foi o mais duro para diretora-adjunta de informação da TVI. Judite Sousa foi obrigada a despedir-se daquele que foi, entre julho de 2013 e junho de 2014, “a única pessoa” da sua vida. “O meu filho partiu com um ar sereno, feliz, com um ligeiro sorriso e muito tranquilo. O meu filho não sentiu o que lhe aconteceu. E se há algo que me conforta na vida é saber que o meu filho não sofreu. Isto foi-me garantido pelos médicos”, ressalva.
