“13 Reasons Why” volta a dar que falar. Pais consideram a série uma “bomba relógio” para os jovens

A Parents Television Council (PTC), uma organização de pais norte-americanos, lançou um alerta para o impacto negativo que a série “Por 13 razões”, da Netflix, pode ter nos jovens.

No comunicado divulgado esta segunda-feira no site, o grupo encarregado de analisar séries para menores pediu para que o drama seja “retirado das escolhas” da plataforma de “streaming” por ser considerado uma “bomba relógio” para crianças e jovens, devido ao seu “conteúdo ofensivo”.

Esta ação surgiu, na sexta-feira passada, depois do lançamento da segunda temporada da série baseada no livro com o mesmo nome, de Jay Asher, protagonizada no ecrã por Katherine Langford (Hannah Baker).

São cenas como a de uma rapariga a ser abusada por um grupo de rapazes com um cabo de uma vassoura ou a de um tiroteio dentro de uma escola que a Parents Telivision Council (Conselho de Pais para a Televisão) tem receio que afete a “saúde mental” dos seguidores de “Por 13 razões”.

Segundo a diretora de programas do grupo, Melissa Henson, a obra desperta “sentimentos que podem gerar situações de perigo na vida real”. “Se vês a série a sentir-te depressivo ou desesperado, esses sentimentos não vão desaparecer. Se vês e não te sentes desta maneira, vais acabar a sentir-te”, afirmou.

Para a PTC, é preciso ter “cuidado com todas crianças e jovens” que assistam ao drama e alguém tem de “assumir” as culpas. “É preciso que sejam responsabilizados pelas consequências trágicas que este conteúdo tem na vida real”, adiantou Henson.

A organização, composta por mais de um milhão de membros, defende ainda que a plataforma de TV por Internet tem “noção dos riscos” e que mesmo assim decidiu ignorá-los. “Especialistas da área aconselharam a Netflix a não divulgar a série. Eles fizeram a sua pesquisa para contrapor os argumentos negativos, apesar de saberem dos restantes riscos”, rematou a diretora de programas.

Recorde-se que aquando do lançamento desta segunda temporada, a Netflix publicou no seu canal de YouTube um aviso aos potenciais espectadores, aviso esse que é emitido no início de cada capítulo.

“Se sentes que precisas de falar com alguém, vai ter com um familiar, um amigo, um conselheiro escolar ou um adulto em quem confies”, diz uma das estrelas de “Por 13 Razões”. “Liguem para uma linha de apoio local ou visitem o site 13reasonswhy.info porque, no momento em que começares a falar, as coisas ficam mais fáceis”, acrescenta.

A história de drama e mistério volta assim a ser tema de conversa, após ter-se tornado tão popular depois da estreia da primeira temporada, no dia 31 de março do ano passado, por detalhar de forma tão real um suicídio. Na altura, organizações internacionais e grupos de prevenção declararam-se contra o projeto, que já na época tinha deixado muitos pais e educadores preocupados pela repercussão que pode ter na saúde mental dos seus filhos.

A Nova Zelândia chegou a proibir a exibição da série, com produção executiva de Selena Gomez, no país. “A Nova Zelândia tem uma das mais altas taxas de suicídio juvenil na OCDE e os defensores de saúde mental estão extremamente preocupados com as consequências que a série pode vir a causar aos adolescentes”, justificou o órgão que regula a classificação etária de produtos televisivos.

TEXTO: Tiago Firmino (com AFS)

Percorra a galeria de imagens acima clicando sobre as setas.