“A Noite Mais Longa”, o terceiro episódio da oitava temporada da série “Game of Thrones”, tem alimentado a polémica entre os fãs. Tudo porque as cenas são muito escuras. Alerta: este texto tem spoilers.
É na Batalha de Winterfell que Arya Stark mata, finalmente, o terrível Rei da Noite. Mas conseguiu ver bem? É que muitos telespetadores – a nível mundial -, queixaram-se que no episódio – que durou uma hora e 20 minutos -, não vislumbraram nada, tal era a escuridão das cenas.
Mas, afinal, parece que foi de propósito. Fabian Wagner, diretor de fotografia de “Game of Thrones”, explicou-se à revista “Wired”: “Grande parte do problema é que as pessoas não sabem ajustar as suas televisões como deve ser”.
A culpa poderá ser, portanto, dos próprios telespetadores. É que, segundo o mesmo responsável “a série é cinematográfica e deve ver-se como se se estivesse no cinema: numa sala escura”.
Já ao site TMZ, Wagner apontou o dedo à HBO, produtora de “Game of Thrones”: “As imagens desfocadas podem ter ocorrido devido à compressão do episódio pela HBO, que pode afetar a qualidade visual”.
Fica-se, então, a saber que a culpa é de toda a gente… menos do próprio diretor de fotografia.
No Facebook, Pedro Boucherie Mendes, diretor de planeamento estratégico da SIC e especialista em séries de televisão, deu uma justificação para a escuridão da Batalha de Winterfell.
“A única crítica é o facto de o episódio ser escuro, em especial nas cenas iniciais. Ora a escuridão justifica-se com a ambição de decors, figurinos e espacialidade da cena. É mais simples dar certas impressões de dimensão de noite do que de dia, como é mais eficaz derramar homogeneidade em adereços, figurinos, cenografias e cenários na ausência de luz”, começa por referir o jornalista.
“O medo e o pânico também vivem melhor de noite. Acresce que o contraste com o fogo (quase sempre amarelo ou laranja e intenso) cria camadas de excitação, com a névoa criada pelo fumo (mas não demasiada) a ajudar na dramatização”, conclui Pedro Boucherie Mendes.
TEXTO: Rui Pedro Pereira