Falámos com os atores de “The Magicians”. “Fazer uma série sobre magia sem magia é um desafio”

Olivia Taylor Dudley é Alice Quinn e Arjun Gupta é Penny em “The Magicians”, série que regressa esta terça-feira ao SyFy, quando forem 22h15. Depois de a segunda temporada ter terminado com a morte de um Deus e o consequente desaparecimento da magia, não só de Fillory, mas de todo o planeta, os dois atores vieram a Portugal conhecer os fãs e apresentar o próximo capítulo da série. Numa conversa sem truques nem coelhos tirados da cartola, os dois heróis falaram à N-TV do plano para recuperar a magia e das origens portuguesas de um deles.

O que podem os fãs portugueses esperar desta terceira temporada?

Arjun Gupta (A.G.): Podem esperar muita diversão daquela que, na minha opinião, é a nossa melhor temporada até agora. Como estamos na terceira, os argumentistas, os atores e todos os responsáveis estão mais confortáveis com o que estão a fazer. Isso liberta-nos e leva-nos a correr riscos maiores. Fui várias vezes surpreendido com aquilo que a nossa equipa de argumentistas escreveu. Por isso, podem esperar o inesperado.

Olivia Taylor Dudley (O.T.D): Não temos magia nesta temporada, e fazer uma série sobre magia sem magia é um desafio. No entanto, isso permitiu revelar um pouco melhor a história das nossas personagens, pelo que vão existir muitas surpresas.

Os admiradores portugueses já vos deram “feedback” das duas temporadas anteriores?

A.G: Já tivemos a oportunidade de conhecer e interagir com os fãs portugueses, eles receberam-nos muito bem e deu para perceber que são tão apaixonados pela série como pelos livros.

O.T.D: Sim, têm sido todos muito queridos.

“Tenho ascendência portuguesa.
É o concretizar de um sonho”
Olivia Taylor Dudley

O que estão a achar da cidade de Lisboa?

A.G: A primeira impressão tem sido fantástica. Quando chegámos estava um dia lindo, com sol. Estive a passear junto ao rio [Tejo] e estavam lá imensas pessoas. Há um sentimento de comunidade. As pessoas têm uma energia ótima.

O.T.D: Toda a vida quis vir cá. Tenho ascendência portuguesa, pelo que é o concretizar de um sonho. Quem me dera ficar mais tempo…

De que zona de Portugal é a sua família?

O.T.D: Tenho tentado descobrir mas muitos deles já morreram, por isso não sei de que parte de Portugal são. Estive a tentar averiguar na última semana.

“Para a Alice é uma crise existencial,
para o Penny é uma questão de vida
ou de morte”
Arjun Gupta

Uma vez que a magia desapareceu no final da segunda temporada, qual das vossas personagens vai sofrer mais com este problema neste novo capítulo?

A.G: (olha para o lado) És tu… quer dizer… o Penny está a morrer de cancro, mas o cancro surgiu por causa da magia. Não sei, é difícil dizer.

O.T.D: Para a Alice vai ser uma enorme luta. A magia faz parte da vida e da identidade dela desde sempre, de uma maneira diferente das outras personagens. E não ter a capacidade de fazer magia é a maior perda que ela podia ter. Ela fica sem saber quem é e questiona a relação que tem com a magia.

A.G: Eu vejo as coisas desta forma: para a Alice é uma crise existencial, para o Penny é uma questão de vida ou morte.

O que é que as vossas personagens estão dispostas a fazer para recuperar a magia?

A.G: Quando conhecemos o Penny, ele não se preocupava muito se a magia existia ou não, era-lhe um pouco indiferente, e o mais fascinante é a forma como ele vai começando a aceitar a possibilidade de morrer. Agora que a magia desapareceu e ele está a morrer, aquilo que ele está a disposto a fazer altera-se um pouco… É uma surpresa.

Quando é que vamos saber se o Penny sobrevive ou morre?

A.G: Vão descobrir mais cedo do que esperam, mas não o vão conseguir prever.

“Levamos o tema da feitiçaria muito a sério (…) tentamos que as reações sejam o mais humanas possiveis sempre que encontramos um dragão”

Enquanto atores, qual o principal desafio de dar vida ao Penny e à Alice?

A.G: Para mim, é manter a ação real e verdadeira. As questões de vida ou morte são constantes, lidamos com monstros e fantasia, coisas que se podem tornar infantis se não as enquadrarmos na realidade, uma vez que quem lida com elas são humanos.

O.T.D: Também acho que o principal desafio é sermos verdadeiros e não deixarmos que a história leve a melhor sobre nós. Nós, atores, levamos o tema da feitiçaria muito a sério, somos muito dedicados às personagens e tentamos que as nossas reações sejam o mais reais ou humanas possível sempre que encontramos um dragão, por exemplo.

Se tivessem que descrever as personagens um do outro numa palavra, que palavra escolheriam?

O.T.D: Arrogante. Ele tem uma atitude arrogante para com o exterior para proteger aquilo que sente. Não acho que seja mau, é uma forma de proteção.

A.G: Percebo o que a Olivia quer dizer e concordo que a minha personagem se protege embora ele não se ache assim tão bom, só acha que todos os outros são uma m****. Quanto à Alice, acho que ela é determinada. Ela não vai descansar enquanto não sair desta crise existencial.

TEXTO: João Farinha (com AFS)