Maria João Abreu inspira-se na mãe de Rui Pedro. “Gostaria de lhe dizer que entendo a sua dor”

Foi em lágrimas que a atriz falou com a N-TV na apresentação de “Paixão”, a nova história de ficção da estação de Carnaxide. A sua personagem, uma mulher deprimida por a filha ter desaparecido, tem levado Maria João Abreu a experienciar sentimentos fortes.

É o caso de Rui Pedro, o menino desaparecido a 4 de março de 1998 em Lousada e cujo paradeiro é ainda hoje desconhecido, que tem inspirado Maria João Abreu a interpretar Isabel Galvão em “Paixão”, a novela que a SIC estreia em setembro e cujas gravações já arrancaram. “Uma mulher super deprimida, muito segura nas suas decisões, e que vai ter vários dilemas para resolver, nomeadamente o desaparecimento de uma filha”, refere a atriz.

O desafio é tentar entrar nessa personagem, descolar-se de tudo o que já fez e tentar também “encorajar todas as mães que passam por esta situação”. “O caso mais forte em Portugal é o da Filomena, a mãe do Rui Pedro, uma mulher que não desiste. Inspiro-me muito nela. Quando li o perfil da personagem, pensei logo nela, até porque é impossível ficar indiferente a uma situação destas”, explicou.

Em lágrimas, a intérprete confessou que “gostaria de falar com a Filomena e de lhe dizer” que entende “a sua dor”. “Apesar não ter tido nenhuma situação semelhante na família, tive um sobrinho que morreu muito pequenino e o facto de ter sido avó recentemente faz-me muito emotiva”, justificou ainda a atriz. “O pior que pode acontecer a um pai ou uma mãe é desaparecer um filho. Quando não há um corpo, não há certezas de nada”, terminou.