Ana Sofia Martins: “Foi bom dar uma pausa na minha imagem televisiva”

Ana Sofia Martins [Fotografia: Álvaro Isidoro / Global Imagens ]

A atriz e manequim tem estado longe dos holofotes televisivos e andou entre Portugal e o Brasil. Fora da ficção, Ana Sofia Martins participa num podcast da Fundação Francisco Manuel dos Santos

Ana Sofia Martins tem passado despercebida aos olhos do grande público nos últimos meses, apesar dos telespetadores poderem ver a repetição da novela que a lançou para a ribalta, “A Única Mulher”, todos os dias, depois de almoço, na TVI.

Mas a atriz não está parada e, nos últimos meses, andou entre Portugal e o Brasil a gravar uma co-produção. “Acabei a série em fevereiro e é uma co-produção da TVI com o canal Brasil sobre o João de Deus, um médium brasileiro que ajudou muitas pessoas, mas depois começou a abusar das mulheres”, contra a atriz ao JN. “Fiz o papel de jornalista e foi desafiante fazer as coisas de uma forma diferente do que fazemos aqui. Foi maravilhoso estar lá e cá contraceno com a Dalila Carmo”, acrescenta Ana Sofia Martins, que conta uma curiosidade: “Este trabalho teve um gostinho especial porque 80 por cento da equipa técnica eram mulheres e isso nunca me tinha acontecido: realizadora, diretora de fotografia, câmaras, produção… foi diferente trabalhar assim. Acho que estava um ambiente agradável, espero que aconteçam mais coincidências dessas”.

Apesar de estar a explorar o mercado televisivo internacional, Ana Sofia Martins não quer concentrar-se no trabalho no estrangeiro. “Não quero ir só lá para fora, isso seria pouco inteligente: se tenho um mercado nacional que conquistei e as pessoas gostam de mim, devo aproveitar; depois, foi aqui que comecei e não há amor como o primeiro”, defende. Assim, a atriz desdobra-se: “Poder fazer cá ou lá dá-me paz de espírito, não tenho contrato e faço a gestão das coisas de maneira diferente, até financeiramente. Não fico nem dependente de um lado, nem do outro. Lá fora ganha-se muito mais porque cá, com a nossa cultura, já se sabe como é, embora, enquanto atriz de televisão, não me posso queixar – quem se dedica apenas ao teatro, cinema e séries é que é mais complicado e saber isso desagradável”.

Longe da ficção nacional – há de voltar ao pequeno ecrã quando a RTP1 estrear “Codex 632”, baseado no livro do jornalista José Rodrigues dos Santos – Ana Sofia Martins admite que foi positivo parar. “Foi bom dar uma pausa na minha imagem televisiva porque acho que não só sou eu que me canso de me ver, o público também. O público é muito fiel e, na rua, diz que tem saudades de me ver e eu respondo que a TVI está a repetir ‘A Única Mulher’. É engraçado quando há repetições, é quando as pessoas mais me abordam na rua, senão ninguém me liga nenhuma!”, brinca. Mais a sério: “O carinho das pessoas por mim é incrível e acho que respeitam que escolha um bocadinho melhor os projetos, é necessário descansar a imagem e a cabeça”.

Em Portugal, Ana Sofia Martins participa, também, no podcast “Impertinente”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos. “Estou a fazer a parte política, eu sou a curiosa e há um expert, o cientista político José Santana Pereira. Darem-me a parte da política foi um presente, porque sinto que fico que vou ficar a saber muito mais”, remata a intérprete.