Assédio sexual. Salma Hayek disse “não” a Harvey Weinstein “um milhão de vezes”

A atriz mexicana contou que foi assediada pelo produtor norte-americano Harvey Weinstein, também acusado por outras 60 mulheres.

“Harvey ameaçava-me constantemente durante a produção, tornando-me alvo da sua ira maquiavélica”, recordou Salma Hayek em entrevista ao “The New York Times”, referindo-se à época em que trabalhou com Weinstein no filme “Frida”, de 2002. “A palavra que ele mais odiava era ‘não’. Disse-lhe que ‘não’ ia para o banho com ele, disse-lhe que ‘não’ a uma massagem, ‘não’ a sexo oral, ‘não’ para tantas outras coisas, disse-lhe ‘não’ um milhão de vezes”, prossegue.

Hayek será uma das cerca de 60 mulheres que acusam o produtor cinematográfico de assédio sexual. À mesma publicação, afirma que só não disse “não” quanto a voltar a trabalhar com Harvey Weinstein por ter feito “uma lavagem cerebral” a si mesma. “Escondi-me da responsabilidade de dizer algo nos últimos meses, porque achei que já haviam demasiadas pessoas a falar sobre esse monstro”.

“Estamos finalmente a encarar um vício que foi considerado socialmente aceitável durante por anos, e que humilhou milhões de mulheres como eu. Sinto-me inspirada por aquelas que tiveram coragem de levantar a voz”, conclui.

TEXTO: Ana Filipe Silveira