Cañizares dá primeira entrevista após a morte do filho: “Voltava a passar por tudo só para o poder conhecer”

Santiago Cañizares, antigo guarda-redes espanhol, falou pela primeira vez do luto, da dor e da doença que vitimou o filho de cinco anos. Santi morreu a 23 de março, vitima de um tumor no cerebelo.

Menos de um mês depois da morte do filho, o antigo futebolista e a mulher, Mayte Garcia, abriram o coração numa entrevista à revista “¡Hola!”. O casal recordou o sofrimento de uma luta que durou 16 meses e a lição de vida que o filho lhes ensinou.

“Voltava a passar por tudo só para o poder conhecer, o amor mais puro que poderia encontrar. O Santi era amor”, sublinha o ex-representante de clubes como Valência e Real Madrid e ainda da seleção espanhola.

O casal decidiu partilhar o seu testemunho com o público com o objetivo de “ajudar a dar voz ao cancro infantil”, a doença que vitimou o filho. Apesar de nunca terem escondido que Santi estava doente, Santiago e Mayte só agora revelaram os detalhes da patologia.

“Depois de um mau diagnóstico de meningite, que o levou ao coma, foi-lhe detetado um tumor maligno no cerebelo e dias depois sofreu dois acidentes vasculares cerebrais”, revela Cañizares. “Os médicos deram-nos a opção de não lhe dar tratamento mas nós pensamos: se ele teve a oportunidade de partir e não o fez, como o vamos privar da oportunidade de lutar?”

Santi lutou durante mais de um ano, um período de dor e ao mesmo tempo de aprendizagem para os pais. “Estes 16 meses da doença do Santo foram um presente de compreensão da vida. Sinto-me feliz por ele me ter ensinado o propósito da vida”, conta a mãe, Mayte Garcia. O pai fala numa criança especial, “um sábio num corpo de criança, que veio para ensinar e não para aprender”.

Santi morreu pacificamente nos braços dos pais, no dia 23 de março. A mãe rejeitou a ideia de organizar um funeral comum, optando por celebrar o legado do filho: “Não queria enterro, caixão ou casa mortuária…não queria que o meu filho de cinco anos passasse por isso…queria fazer-lhe uma festa, com música, balões e flores. Sentimos totalmente que ele estava connosco. Esse é o sentimento que nos resta.”

TEXTO: João Farinha (com AFS)

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