Castel-Branco e Latino discutem em direto. “Resolve o teu problema de não teres filhos na psicanálise!”

Fotografia: Instagram "Passadeira Vermelha"

Os ânimos ficaram exaltados na emissão da passada quarta-feira do programa “Passadeira Vermelha”. Luísa Castel-Branco e Joana Latino envolveram-se numa discussão sobre maternidade, que terminou com a escritora a pedir à jornalista que resolva o seu “problema de não ter filhos na psicanálise”. À N-TV, Luísa admitiu que “podia ter dito aquilo de outra forma”.

Em debate estava o nascimento do terceiro filho de Kim Kardashian, o primeiro gerado através de uma gestação de substituição, uma opção que Castel-Branco é contra. “Que compre cãezinhos. Também resulta”, atirou, logo no início da conversa, puxando para a discussão o caso português de uma “avó que vai ter um filho que é o neto”. “Mas isto é normal?”, indagou.

“Isto é o futuro! Não me interessa e não quero saber. Isto vai ser tudo uma cambada de malucos. Não quero saber! E se dizem agora que é difícil educar, vão depois explicar: ‘Olha, a tua avó, que por acaso é tua mãe…’ Oh pá!”, disse, visivelmente transtornada com o assunto.

O seu par na discussão, Joana Latino, lançou para cima da mesa a questão “Mãe não é quem cria?” e a apresentadora do programa da SIC Caras, Liliana Campos, completou: “Parir é dor, criar é amor”.

Face a estas duas opiniões contrárias, Luísa Castel-Branco pediu: “Olha, filha, quando qualquer uma de vocês tiver um filho venha falar comigo, está bem? Olha que isto!” E foi aí que a discussão se tornou acesa, com um confronto entre a mãe da atriz Inês Castel-Branco e a jornalista da SIC.

“Isso não é argumento, Luísa. Não há mulheres de segunda e de primeira porque as de primeira tiveram filhos e as de segunda nunca tiveram. Não admito esse tipo de conversa. Porque há muitas mães que são uma porcaria de mães e há muitas pessoas que não são mães e são muito mães do que as que já foram de 40 filhos! Portanto, nem vamos por esse tipo de conversas”, afirmou, alterada, Latino.

“Educar, ser mãe, ser progenitora não é só dar à luz, não é só ter posto lá a sua herança genética na criatura que veio ao mundo. Essas conversas
eu não admito, Luísa!”

Joana Latino

E insistiu: “Estás aqui a distinguir, a fazer barreiras, entre quem teve filhos e não teve. Isso para mim não existe. Já é a terceira ou a quarta vez que dizes isso e eu isso não admito, Luísa! Eu não gosto dessa superioridade moral que, às vezes, as mulheres que são mães têm sobre as mulheres que não são. Acho insultuoso para todas as mulheres que não o são.”

A escritora, de 63 anos, admitiu que a sua “opinião não é politicamente correta”, mas que “é e vai continuar a ser” a dela. “Eu não vou mudar. Eu já fui as duas coisas. Já fui mãe com um filho dentro da barriga nove meses e já fui mãe de quem não era meu filho. Sei exatamente a distinção”, garantiu Luísa Castel-Branco, que perante o contraditório de Joana Latino disse que “é difícil que [a jornalista] tenha mais vocabulário em português” do que ela.

A discussão continuou, sem a participação da moderadora do programa e da comentadora Maria Botelho Moniz, também presente no referido episódio do “talk show”. E perante o afinco de Latino na defesa da sua opinião, Castel-Branco acabou por trazer à conversa o facto de a jornalista da estação de Carnaxide não ser mãe.

“Primeiro de tudo: resolve lá o teu problema de não teres filhos na psicanálise! Ninguém tem culpa disso!”
Luísa Castel-Branco

Surpreendida com a afirmação da sua colega, Joana Latino considerou-a “muito ofensiva”. “Para mim e para milhões de mulheres em todo o mundo. Foi tão desrespeitador isso. Isso é muito feio da tua parte”, defendeu.

O momento foi captado por um espectador, que o colocou online.
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“Admito que podia ter dito aquilo de outra forma”

Contactada, esta quinta-feira, pela N-TV, Luísa Castel-Branco explica que “é visível” a diferença de opiniões sobre este assunto entre as duas comentadoras do programa “Passadeira Vermelha”. “Continuo a achar que há muita mãe que pariu que não devia ser mãe e muita que não deu à luz e que é mãe. Aquilo que aconteceu não teve importância alguma, mas admito que se magoei a Joana foi porque me excedi”, assume.

“O programa foi em direto, não fui ver de novo mas admito que podia ter dito aquilo de outra forma.”
Luísa Castel-Branco à N-TV

Contudo, ressalva o facto de os ânimos se terem acalmado na continuação do programa. “Quem viu o ‘Passadeira Vermelha’ sabe perfeitamente que depois desse episódio continuámos a falar tranquilamente porque somos boas amigas”.

Luísa Castel-Branco destaca, de resto, que “um dos segredos do ‘Passadeira’ é o facto de todos se darem muito bem”. “Isto não é conversa, é mesmo verdade. No final do programa, a Joana veio ter comigo, agarrou-se a mim a rir e disse: ‘Gosto muito de discutir contigo, Luisinha’.”

Até ao momento, não foi possível obter uma reação da jornalista Joana Latino.

TEXTO: Dúlio Silva