Diana/20 anos: A amizade única com Elton John, o fatal acidente e o último adeus à “princesa do povo”

Faz esta quinta-feira 20 anos. No dia 31 de agosto de 1997 morreu uma das figuras da realeza britânica mais acarinhadas pelo público: Diana Spencer. Volvidas duas décadas, o mundo ainda hoje não esquece a princesa Diana, que ano após ano é recordada com saudade e apreço. O expoente máximo desse saudosismo é, talvez, o tema “Candle in the Wind”, de Elton John, cujos primeiros acordes rememoram de imediato a figura da “princesa do povo”.

Ninguém melhor do que o cantor britânico poderia homenagear a mãe dos príncipes William e Harry no dia do seu funeral. Isto porque Elton e Diana já nutriam um profundo carinho um pelo outro há 16 anos. Uma amizade, porém, semeada de altos e baixos. Mas recuemos primeiro ao dia em que tudo começou.

Reginald Kenneth Dwight, mais conhecido por Elton John, foi desde 1970 presença assídua no estrito círculo da família real britânica. Acompanhou a irmã da rainha Isabel II de Inglaterra, a princesa Margaret, em eventos sociais e participou com o príncipe Carlos em ações de solidariedade. O intérprete britânico era também frequentemente convidado para cantar nas celebrações mais importantes da família real. Foi precisamente num deles que conheceu Diana, que posteriormente se tornou na sua grande amiga e confidente.

Em 1981, Elton John atuou no Castelo de Windsor na festa do 21º aniversário do príncipe Andrew. Entre os convidados estava Diana de Gales, tinha ela, na altura, 19 anos e já era noiva do príncipe Carlos. O momento marcara-a ao ponto de enviar, posteriormente, uma carta de agradecimento ao artista. Foi o início de uma longa amizade.

Os anos subsequentes foram marcados por uma relação cúmplice e de proximidade. Foram vistos juntos em eventos de solidariedade, tendo Diana inclusivamente participado em vários atos de beneficência no âmbito da fundação do cantor que luta pela vírus do HIV, Elton John AIDS Foundation, criada em 1993.

Não obstante, durante os últimos anos de vida da princesa, a amizade foi sofrendo progressivamente alguma erosão. Em entrevista ao locutor e apresentador Larry King, no programa “Larry King Live” (CNN), em 2002, Elton John evocou as razões que causaram o distanciamento entre ambos. “Foi durante um dos eventos de solidariedade que eu organizava e em que ela não compareceu. Não estava feliz [pela sua atitude] e fi-lo saber junto dela. Respondeu-me numa carta de uma forma muito concisa”.

A reaproximação só aconteceu em julho de 1997, no funeral de Gianni Versace. A fatalidade do momento foi mais forte do que o orgulho que os distanciava e Diana acabou por ser um importante apoio para Elton, cuja morte do estilista italiano o afetara profundamente.

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Um mês depois, mais uma morte assombrava a vida do cantor britânico. Desta vez, a de Diana de Gales. A ex-mulher do príncipe Carlos morreu vítima de um acidente de automóvel no túnel da Ponta l’Alma, em Paris. A princesa britânica tentava escapar de uma perseguição dos paparazzi quando o veículo em que se encontrava e que se deslocava a alta velocidade embateu contra um dos pilares do túnel.

Diana acabou por sucumbir aos ferimentos. O namorado, o empresário egípcio Dodi Al-Fayed, e o motorista que conduzia o carro, Henri Paul, tiveram morte imediata. Uma investigação judicial francesa de 18 meses concluiu, em 1999, que o acidente tinha sido causado pelo próprio “chauffeur”, que perdera o controlo do veículo por estar sob o efeito de álcool e antidepressivos.

Instantes depois do fatídico acidente, as estações de televisão e rádios do mundo inteiro noticiavam a morte de Diana Spencer. Elton John tomou conhecimento do que acontece à princesa através de um fax enviado por um amigo, no qual expressava as suas condolências.

O mundo inteiro estava em choque. O desaparecimento prematuro de uma das personalidades mais idolatradas pelo público ainda era motivo de incredulidade para muitos. O povo britânico saiu à rua em peso, nas horas seguintes, para prestar uma homenagem a Diana De Gales, ao mesmo tempo em que ansiavam por uma reação da Casa Real, que tardou em chegar. Somente cinco dias após o acidente, a rainha Isabel II dirigiu-se à nação através dos ecrãs de televisão, expressando o seu pesar pela morte da mãe dos seus netos William e Harry.

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No dia 6 de setembro do mesmo ano, a monarca foi uma das presenças mais notadas nas cerimónias fúnebres de Diana Spencer. As ruas encheram-se de milhares de ingleses, que quiseram prestar a derradeira homenagem à sua princesa. Afinal, Diana era denominada “princesa do povo”. No interior da Abadia de Westminster, para além da família real britânica, nomes como Margaret Thatcher, Hillary Clinton, o então rei Juan Carlos de Espanha e Nelson Mandela choravam a perda precoce da mãe dos príncipes Harry e William.

Veja na fotogaleria acima as imagens mais marcantes do dia em que o mundo se despediu da “princesa do povo”.

Elton John, claro, também não podia faltar ao último adeus da sua grande amiga, mas ainda teve o peso da responsabilidade de homenagear Diana de Gales. Para isso, reuniu-se com o letrista Bernie Taupin e o produtor George Martin para voltar a escrever um dos seus êxitos, “Candle in the Wind”, originalmente composto em 1973 para a atriz Marily Monroe.

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Bastaram apenas algumas horas para que a nova versão do tema, “Candle in the Wind 1997”, se tornasse numa ode à vida de Diana, que ainda hoje ecoa nos corações de todos aqueles que ficaram marcados pela mulher que fora.

TEXTO: Alexandre Oliveira Vaz

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