“Ex” da “Pipoca” arrasa comentadora da TVI e lembra o drama da prisão do pai

O Arrumadinho
Fotografia: Instagram O Arrumadinho

Ricardo Martins Pereira, ex-marido d’”A Pipoca Mais Doce”, falou, finalmente, sobre o final da relação e contou, pela primeira vez, a história do pai, que foi preso várias vezes.

O fim da relação entre Ricardo Martins Pereira e Ana Garcia Martins, mais conhecida pelo blogue “A Pipoca Mais Doce” e pelos comentários na TVI, ocupou a segunda parte da entrevista do empresário na tarde desta quinta-feira a Júlia Pinheiro. O autor do blogue “O Arrumadinho” começou por admitir que “a Ana é uma pessoa fascinante, muito interessante, com sarcasmo e sentido de humor únicos” e que “é fácil uma pessoa apaixonar-se por ela”, mas admitiu que, muitas vezes, se sacrificou.

“Há um desgaste natural da relação que se junta com a falsa compatibilidade de feitios que era prejudicial para mim e que levava a anular-me muito. A Ana é uma superestrela e não pode falar de um momento da vida dela em que eu não estivesse presente a estimulá-la para ela ser melhor. Toda a carreira dela… estou lá atrás. Ao contrário, se calhar não aconteceu a mesma coisa…”, começou por dar a “alfinetada”.

A crítica seguinte surgiu pela relação distante da “Pipoca” com o filho mais velho de Ricardo Martins Pereira, fruto de uma relação anterior. “A Ana desperdiçou a oportunidade de criar uma relação com o meu filho mais velho, talvez por na altura ser muito miúda e, no blogue, assumir que não gostava de crianças… então fugia da presença dele. Isso entristecia-me. Ela está agora numa relação e se essa pessoa tivesse a relação com os filhos dela que ela tinha com o meu, de certeza que não aceitaria e iria sofrer”.

A crítica seguinte é relacionada com o facto de Ana Garcia Martins ter falado abertamente da relação do casal. “Só falei com a imprensa para desmentir uma informação falsa que era que eu terminei por email. Acho que ela devia ter dito que ia falar da separação”.

A terminar o “arraso” à “ex”, Ricardo Martins Pereira lembrou que foi atacado nas redes sociais quando a “Pipoca” admitiu, publicamente, que estava a “sofrer”.

“A pessoa não teve problemas em mostrar que estava em sofrimento e os seguidores (tem um milhão) acharam que o bandido era eu. Se há um ataque pessoal bloqueio a pessoa e num fim de semana tive de bloquear 3000 e confrontei-me com 700 comentários a chamar-me tudo do pior.

“Não dirijo a palavra ao meu pai”

Ricardo Martins Pereira lembrou, na primeira parte da entrevista a Júlia Pinheiro, a primeira vez que o pai foi detido. O ex-companheiro de Ana Garcia Martins tinha dez anos e descobriu a detenção através de uma notícia.

“Ele separa-se da minha madrasta quando tinha dez anos e, na altura, estava de férias com a minha mãe em Setúbal. Foi nas férias de verão. E soube que o meu pai tinha sido preso com a notícia de um jornal qualquer que a minha avó me mostrou”, contou.

“Chocou-me porque não batia com as histórias que ele me contava. Ou seja, ele vendia-me sempre a ideia de que era perseguido pelas coisas que escrevia no jornal. Sempre foi um lutador de esquerda. […] A notícia acabou por me chocar”, prosseguiu.

Enquanto o pai ficou detido, Ricardo Martins Pereira ficou a viver com a mãe. Passado algum tempo o progenitor saiu em liberdade e o empresário voltou a viver com o pai, que era jornalista.

Na segunda vez que o pai foi preso, “O Arrumadinho” lembra que já tinha idade para perceber que o progenitor estava envolvido em esquemas. “Andava no nono ano e soube uma vez mais pela minha avó. Aí eu já tinha uma consciência diferente de quando tinha sido preso da primeira vez. […] Porque ai já juntava os pontos e percebia tudo aquilo que se tinha passado com ele e as noticias que tinha lido de que fazia burlas, enganava as pessoas, era um mentiroso compulsivo”, disse, referindo que o seu pai “é um mitómano”: “Ele tem essa condição que nunca vive na realidade. Ele cria realidades paralelas”.

Em 2002, Ricardo Martins Pereira criou uma empresa de produção de conteúdos com o seu pai, mas por este ter precedentes criminais, deu o seu cargo de sócio maioritário à avó de Ricardo e trabalharam juntos no formato “Eu confesso”. No entanto, a partir do segundo episódio, o comunicador deixou de ter controlo sobre os temas e abandonou o programa.

“Conhecendo o meu pai, não posso não ter controlo sobre as coisas. Ou sei que as coisas estão acontecer como elas estão ou se elas me fogem do controlo não quero estar, nem associar o meu nome a isso. A nível profissional nunca mais trabalhei com ele”, afirmou, garantindo que deixou de “acreditar” no progenitor por ter ficado “magoado e desiludido”.

Depois de ter saído da empresa e entregue os documentos para a sua saída, Ricardo Martins Pereira descobriu que a escritura nunca foi feita ao receber uma notificação de uma dívida de cerca de 90 mil euros da empresa em seu nome.

“Disse-lhe: ‘Tens até dia 1 de julho para pagar esta dívida se não pagares nunca mais te dirijo a palavra. São 90 mil euros, isto é a minha vida!’ Ele começou a tentar enrolar-me com esquemas e com tudo. […] Sabia que era mentira”, contou.

Na altura, o comunicador foi ter com o gestor de conta e entregou as suas economias para abater a dívida e contou com a ajuda da mãe que hipotecou uma das casas. “Estou a pagar a dívida ainda até 2026. Fiz um empréstimo a 20 anos para pagar a dívida dele. Cumpri e nunca mais lhe dirigi a palavra”, garantiu. “Há tristeza em relação a isso e é uma coisa que aprendi a superar”, concluiu.