Miguel Raposo: “Série ‘Da Mood’ apanha os telespetadores com rasteiras”

Fotografias: Divulgação RTP

“Da Mood” acaba de se estrear na RTP1 e revive o dia a dia de uma “boysband”. Miguel Raposo protagoniza a história e fala da sua personagem “depressiva” e “ansiosa”.

Recorda-se dos Excesso ou dos D’Arrasar que fizeram sucesso na década de 90? A RTP1 tem uma nova série musical no ar. Chama-se “Da Mood” e é sobre uma “boysband”, formada pelos atores Miguel Raposo, José Mata, Tiago Teotónio Pereira, Leo Bahia e Diogo Martins. O primeiro, que desempenha a personagem “Rui”, é um professor de música e vive insatisfeito com a sua vida. Um dia, ao ver uma “t-shirt” com uma foto dos Backstreet Boys, tem a ideia de criar uma “boysband” como solução para os seus problemas.

Para isso, pede ajuda a um agente artístico e amigo de longa data, para encontrar os restantes elementos da banda. É assim que tudo começa em “Da Mood”, uma banda que não vai ter uma vida fácil nesta viagem com desilusões, desentendimentos criativos, lutas pela liderança, excessos de droga e álcool, discussões por causa de dinheiro, assédio constante de mulheres…

“Esta série surgiu há dois anos, com o Sérgio Graciano, que, com o Rui Melo e o Henrique Dias, criaram isto. Eles queriam um ator que também fosse músico, como eu, e surgiu este ‘Rui’”, refere Miguel Raposo, em declarações à N-TV, à margem de gravações do projeto em Setúbal.

“De repente é uma personagem deliciosa, porque tem várias camadas: ele é depressivo e ansioso, e, apesar de a ‘boysband’ ser muito alegre, o lado cómico mascara assuntos mais sérios”.

Miguel Raposo acrescenta: “Temos essa hipótese de apanhar as pessoas com algumas rasteiras porque os telespetadores estão-se a rir e, de repente, ouve-se falar de questões de saúde mental, depressão. Algo que felizmente hoje se fala publicamente, porque é bom que as pessoas saibam que isso é uma questão real e que tem de ser tratada, tal como uma ferida no braço”.

Sobre “Rui”, o ator refere que, apesar de a banda “ser a locomotiva e levar tudo à frente”, a personagem tem dificuldades em lidar com a sua frustração. “O gajo é um músico que não tem dinheiro, é frustrado e quer fazer música comercial para ganhar dinheiro. O agente quer que ele escolha malta gira para a banda, para as miúdas gostarem, mas ele acha que eles têm é de saber de música”.

Na vida real, Miguel Raposo defende que há espaço para todos. “Felizmente há publico e devemos estar atentos às necessidades de toda a gente. Eu próprio gosto de música pop, oiço de tudo e é bom uma pessoa ser eclética no que diz respeito às escolhas musicais”.

Em “Da Mood” o intérprete experimentou outros desafios. “Gosto muito de dança, é uma coisa que nunca tinha feito na vida. Deu muito gozo fazer coreografias, nunca tinha feito, foi um grande desafio”, diz, à despedida.