Nilton em entrevista: “Não sou ator, mas tenho lata”

Nilton
Fotografia: Instagram Instagram Nilton

O “Padre Isidro”, da novela “Festa é Festa”, aventura-se, pela primeira vez, na representação, mas avisa que só faz personagens “abonecadas” e que não quer roubar o trabalho aos atores.

Há 20 anos a entreter o público com programas de “stand-up comedy”, na rádio ou na televisão, Nilton aventura-se agora, pela primeira vez, na representação. O humorista dá vida ao “Padre Isidro”, da novela da TVI, “Festa é Festa”, e confessa que começou do zero nesta área.

“Saí da minha zona de conforto e fiz uma coisa que nunca tinha feito. Aqui és uma bolinha numa máquina e tens de ter esse traço de humildade para aprenderes. Vens gravar com uma Maria Rueff, um Vítor Norte, uma Ana Bustorff… agora está feito e um dia vou dizer que trabalhei com esta malta. Não sou ator, mas respeito o trabalho deles”, afirma Nilton à N-TV, à entrada do estúdio onde é gravada a novela, em Bucelas.

Nilton reforça que não é ator, mas explica o segredo para o tentar ser. “Tenho é alguma lata para me atirar de cabeça e fazer personagens. O risco ao meio (do padre Isidro) ajuda-me à parvoíce, porque se vais fazer um boneco e não tens ferramentas de ator, quanto mais abonecado for melhor. Tenho muita experiência de fazer bonecos na rua e em ‘sketches’ de humor e aí sinto-me mais confortável. Portanto, quanto mais parvo, melhor para mim”.

Os amigos aplaudiram, mas foram as redes sociais que deram um veredito positivo. “A malta estranhou, mas vai gostando, até porque fui honesto sobre isso: disse que queria experimentar e esta era uma novela descontraída. No ‘Festa é Festa’ fazem muito improviso e isso dá-te conforto para brincar dentro daquilo que já era um bom conteúdo”.

Nilton começou a ver a novela da TVI por causa do amigo Aldo Lima. “Comecei a ver a novela por causa do Aldo e fiquei curioso por ele, porque somos da mesma geração e começámos a fazer comédia juntos”.

Sobre a liderança das audiências, Nilton tem uma teoria. “O sucesso tem a ver com uma coisa que ao longo dos anos eu sempre senti: equipas nas quais há uma química brutal funcionam sempre. Senti isso entre os atores, houve malta a abraçar-me e a dar dicas, desde o realizador até à própria equipa. A energia entre as pessoas é o fio condutor nesta novela”.

Quanto ao futuro na representação, está em aberto. “Não sei se vou continuar a fazer, devo manter o respeito pelo trabalho de ator. Se forem coisas que perceba que consigo ir lá, dentro de um boneco, faz sentido e é giro. Mais do que isso não, porque era estar a roubar trabalho a alguém”.

Depois de “Festa é Festa” continuam os espetáculos de “stand-up comedy”. “Em 20 anos de carreira estive em quatro programas de televisão, o que é pouquíssimo. Depois estive refém dessa coisa chamada rádio, mas os trabalhos que tenho são dentro do stand up”, diz Nilton, à despedida.