Nova novela da TVI é inspirada em enredo da SIC

“Na Corda Bamba”, a nova trama de Rui Vilhena na TVI, foi “beber” a um sucesso da concorrência. O autor diz que precisa de referências.

Ele não sabe trabalhar de outra forma. Rui Vilhena, um dos autores mais conceituados, inspirou-se na novela “Avenida Brasil” – um sucesso do outro lado do Atlântico e em Portugal, onde foi exibida pela SIC -,para escrever o novo enredo das noites da TVI, “Na Corda Bamba”, com Dalila Carmo e Pêpê Rapazote nos papéis principais.

“Quando o José Eduardo Moniz (n.r.: consultor da TVI) me contactou o meu primeiro raciocínio foi: qual foi a última novela de grande sucesso? Foi a ‘Avenida Brasil’, além de ter recebido outras mensagens por causa do ‘Tempo de Viver’. Uma mais outra é igual à “Corda Bamba!”, admite, desassombrado.

“A Dalila Carmo é uma Adriana Esteves (n.r.: a vilã de ‘Avenida Brasil’ mas as pessoas não vão ver ‘Tempo de Viver’ nem ‘Avenida Brasil’. Quando eu fiz a novela portuguesa, vi a série ‘Nip Tuck’ primeiro, porque precisava de ter referências e sem elas eu não consigo trabalhar”.

Rui Vilhena assume que, com o desenrolar dos episódios e com tudo a acontecer ao mesmo tempo num curto espaço de tempo, “Na Corda Bamba” está mais perto de uma série do que de uma novela.”Primeiro as pessoas ficam muito surpresas porque acham que estão a ver a Netflix, a realidade é essa. O objetivo era sair da caixa e não mostrar mais do mesmo, senão parece que há um manual e entra autor e sai autor. Esta novela é “wow”! e tem o que de melhor se faz lá fora”.

O enredo, garante, não vai ser longo. “A trama não vai ser longa, mas terá muita coisa a acontecer. Se o público abraçar o projeto a mensagem que vai passar para os decisores é que é este tipo de produtos que quer ver. Vamos sair da novela em que não é preciso pensar e é mais do mesmo, aquele em que se sai do núcleo da peixaria para entrar no das flores”.

O elenco, esse, é de luxo, como assume. “Para mim este ano o Natal veio em junho com este elenco cinco estrelas. É um dream team!”

Acima de tudo, está o vilão.”A minha maior preocupação é o vilão, a novela é tão boa
quanto for o vilão, se ele não existir não vai ser um sucesso”.E dá um exemplo: ‘Ninguém como Tu’ tinha a Alexandra Lencastre que arrasou com tudo. As pessoas podem esquecer-se do nome da novela, mas jamais dos vilões. Eles não morrem.”

Para já, a trama está a ser ultrapassada por “Nazaré” e “Golpe de Sorte”, da SIC. “Para mim uma novela de sucesso não é a que tem audiências enquanto está no ar, é aquela que perdura e nunca morre”, defende o autor brasileiro.

Dalila Carmo foi a escolha óbvia para a enfermeira que rapta bebés: “Fui o primeiro a contactar a Dalila e ela tinha acabado de gravar o ‘Valor da Vida’. Disse que estava cansada, mas insisti para que fosse de férias. Quando voltou enviei-lhe o primeiro episódio e ela disse: ‘Quero fazer!’ Este papel é a cara dela”, conclui Rui Vilhena.

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