Novelas da TVI em risco. Trabalhadores da Plural iniciam greve às horas extraordinárias

Trabalhadores da produtora de ficção da TVI entram esta terça-feira em greve às horas extraordinárias, num protesto que se prolonga até à próxima segunda-feira, na sequência dos plenários realizados nos últimos meses.

A redução do Período Normal de Trabalho (PNT) para oito horas, a integração dos trabalhadores precários nos quadros da empresa, o fim dos “falsos recibos verdes”, o pagamento de horas noturnas e vencimentos tabelados são algumas das reivindicações dos trabalhadores da produtora do grupo Media Capital.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos, afeto à CGTP, “esta greve surge depois de, mais uma vez, a empresa ter falhado o prazo de entrega normal de uma proposta que fosse ao encontro das reivindicações apresentadas.”

“Apesar de os trabalhadores e o CENA-STE terem comunicado que se mantêm disponíveis para negociar de modo a inclusivamente cancelar esta greve, optaram o Grupo Media Capital e o Grupo Plural Entertainment por declinar a reunião que estava agendada para o passado 27 de Novembro”, lê-se no comunicado.

Há muito que as condições de trabalho na produtora da Media Capital têm sido criticadas. Ainda há 15 dias, a atriz Ana Sofia Martins alertou para o problema, na ressaca da vitória da novela “Ouro Verde” nos Emmy, lembrando que o troféu não é só dos atores mas dos técnicos.

“Técnicos esses que são explorados a nivel salarial e psicológico. Que trabalham 12h por dia, que trabalham ou a contratos temporários, ou a recibos, em funções que são essenciais a todos os projectos, que não têm condições de segurança (trabalho em altura) e a quem não é oferecida formação.”

Ganhámos um Emmy! Que sensação boa termos o nosso trabalho reconhecido.Quando digo NOSSO, não é só o das pessoas que…

Publicado por Ana Sofia Martins em Terça-feira, 20 de Novembro de 2018

Produtora da TVI, a Plural já recebeu dois Emmy Internacionais, com as novelas “Meu Amor” e “Ouro Verde”. O facto não comove os representantes sindicais dos trabalhadores: “É simples, as telenovelas e outros programas não são feitos nos gabinetes das administrações, são feitos pelas mãos destes trabalhadores, e é por causa do seu trabalho que os espectadores ligam a televisão. São eles que precisam de ser valorizados e respeitados.”

Falando de um “sector de atividade que movimenta milhões”, o sindicato lembra que os profissionais do audiovisual continuam “a trabalhar afastados de muitas das normas mais elementares do Código do Trabalho, originando condições de trabalho que colocam até em risco a segurança e saúde física e mental dos trabalhadores”.

TEXTO: N-TV

 

 

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