Salvador Sobral sobre transplante cardíaco: “Seria um cubo de gelo se não tivesse medo”

João Adelino Faria começou a entrevista, esta noite, no “Telejornal”, da RTP1, a Salvador Sobral, sobre o tema que os espectadores esperavam: o transplante de coração a que o cantor, de 27 anos, foi submetido em dezembro do ano passado.

“Poderás sentir de outra forma?”, perguntou-lhe o jornalista. “Não. O coração é um músculo. A alma está cá”, respondeu o vencedor do ano passado do Festival Eurovisão da Canção.

A entrevista à estação pública de TV foi a primeira do músico em Portugal depois da operação. Visivelmente mais gordo, Salvador Sobral referiu-se ao ano de 2017 como “o mais díspar que se pode imaginar”. Um ano em que viveu “duas experiências únicas” e que culminou com o transplante cardíaco, realizado no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide.

“Não senti nada quando acordei [da anestesia]. É uma experiência fora da realidade. O ser humano é super adaptável e eu adaptei-me. Aquela situação para mim era a realidade. Não é nada do outro mundo”, garantiu o intérprete de “Amar pelos dois”, tema que em 2017 deu a vitória no certame musical europeu ao nosso país. “Prefiro não ser metafísico e ser prático. Tinha este problema e agora está resolvido. Eu queria era cantar”, acrescentou, garantindo não ter curiosidade relativamente à identidade do dador do órgão.

Questionado sobre se teve medo da intervenção, Salvador foi perentório: “Claro que tive medo. Seria um cubo de gelo se não tivesse”.

Ter um coração “novo” não lhe alterou os sentimentos, mas influenciou-o “de uma maneira física”. Ficou com “a voz um bocadinho frágil”, explicou, devido aos medicamentos que tem de tomar diariamente. “Acho que vai voltar ao que era”, acredita.

Agora, e depois de quatro meses internado, espera-o o regresso aos palcos. “O meu sonho imediato é viajar e tocar pelo mundo inteiro”, desabafou. Irá começar pelos arquipélagos dos Açores e da Madeira, noticiou. Será “nas ilhas” o seu “renascimento” para a vida artística.

Além disso, Salvador Sobral já tem, como foi noticiado na semana passada pelo jornal espanhol “ABC”, previstos vários espetáculos em festivais de verão no país vizinho, que acontecerão a partir de 27 de junho.

Ainda antes, deverá subir ao palco do Festival Eurovisão da Canção deste ano, que graças à sua vitória na edição anterior acontece pela primeira vez no nosso país. A final realiza-se a 12 de maio, no Parque das Nações, em Lisboa.

TEXTO: Ana Filipe Silveira

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