A atriz e cantora Inês Herédia decidiu manifestar-se acerca de um dos temas mais comentados da atualidade, contando a sua história. A intérprete de “Paixão” relata um episódio de assédio sexual de que terá sido vítima quando tinha apenas dez anos.
Foi numa carta aberta dirigida a Catherine Deneuve – uma das atrizes francesas responsável pelo polémico artigo publicado no jornal “Le Monde” a defender a liberdade dos homens de “seduzir” – que Inês Herédia contou tudo.
Na crónica, publicada no site Capazes, a cantora e atriz começa por distinguir os conceitos de “sedução” e “assédio sexual”. Sublinha que é pelo fim deste último que lutam os apoiantes do movimento “Time’s Up”, levado a cabo por várias personalidades de Hollywood durante os últimos tempos.
Mas não é apenas no mundo do cinema que surgem casos deste género. Numa tentativa de chamar a atenção das pessoas, Herédia decide falar da sua experiência, alegando que também ela própria sofreu de assédio sexual quando era criança.
“Quando tinha nove anos estreei-me no ténis, era muito boa jogadora, mais pequenina do que as colegas da minha idade e, por isso, era mais rápida”, começou por escrever. “Aos dez anos houve um treinador que me assediou”.
A atriz só terá tido coragem de contar aos pais passados três meses, numa época em que o assédio sexual era um assunto em que quase ninguém tocava.
“Esta pressão psicológica que vivi com dez anos, em nada se distingue da pressão psicológica que se sente em adulta. A vergonha, a culpa, o medo, o silêncio e a solidão são os mesmos. Mas agora vivo na era da informação, e por isso sei, e por isso denuncio”, acrescentou.
Inês Herédia não foi a única figura pública portuguesa a alegar ter passado por uma situação deste género, juntando-se a Dânia Neto e Helena Isabel, que também já fizeram denúncias de assédio sexual de que terão sido vítimas.
TEXTO: Soraia Pires
