Inês Gutierrez assinala o fim da amamentação: “Estou orgulhosa”

Fotografia; Instagram de Inês Gutierrez

Inês Gutierrez foi mãe de Maria Luísa há cerca de cincos meses e esta quinta-feira, 1 de setembro, assinalou o último dia de amamentação da bebé.

“Sabem aqueles namoros de adolescência muito intensos e descontrolados (choram, riem, amam, odeiam,…) mas pelos quais é encantador passar? É isto que sinto com a amamentação”, começou por dizer.

“Já vos disse: nunca quis muito dar peito, engravidei e estabeleci um objetivo – era um mês apenas – e, ainda assim, fui zero preparada. Estudei muita coisa, mas subestimei a amamentação, e também me subestimei muito”.

“É que, de repente, surgiu uma Inês cheia de força e motivação para amamentar, que eu própria não estava à espera, e, horas depois, já estava a sofrer agarrada à almofada com feridas e a pedir ajuda a meio”, acrescentou.

“A fragilidade e frustração máximas vieram logo de seguida. Das coisas mais duras que vivi. (… ) Até que, graças à presença assídua e preciosa desta enfermeira Cláudia na minha casa (e muita ajuda também do João!), aprendi a fazê-lo da maneira certa, a saber ler melhor a minha filha e a compreender os sinais do meu corpo”.

“Comecei a gostar de dar de mamar e entrei em total sintonia com a minha filha. Como assim eu estava mesmo a gostar?”, continuou.

“É uma experiência que – se correr bem – é inacreditável, única e fora de série. É mágico, animalesco e toda a gente devia ter a sorte de poder experienciar isto sem dor, sem sofrimento. Como é que aquela coisinha tão frágil e pequenina dependia apenas de mim para sobreviver? Uau. O corpo humano fascina-me. Até tenho pena dos homens por não poderem saber qual é esta sensação!”, disse.

“Depois há o outro lado: o viver entre mamadas, a dependência, a limitação da mulher, o cansaço extremo,…, e foi aqui que tive também que impor os meus limites e criar as minhas metas. Hoje foi o último dia que dei de mamar, mas estou muito orgulhosa… Prometi-me um mês, mas brindei-nos com quase cinco meses. Onde cheguei a conseguir dar de mamar sem almofadas, deitada, sentada, de pé, em silêncio, a conversar, a trabalhar, em qualquer lugar…”, referiu.

“Quem diria! Que bonita história que vou guardar para o resto da minha vida, mas hoje chegou ao fim. Por opção minha, que é tão válida como qualquer outra. Cada uma de nós sabe quais são os seus limites e é aí que está a beleza da diferença entre todas”, explicou.

“À minha filha: obrigada por teres nascido tão eficiente, despachada e por me ajudares tantas vezes com o teu olhar que subtilmente me dizia ‘não desistas já, vamos gostar deste programa juntas’. Tinhas mesmo razão”, rematou.