Maria Rueff: “Em tempos de guerra, rir é um paliativo”

Maria Rueff
Fotografia. Instagram Maria Rueff

A atriz destaca a importância da comédia numa altura de alívio de restrições na pandemia e do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

É com a divertida “Quina” que Maria Rueff voltou às novelas, em “Festa é Festa”, na TVI. Simultaneamente, a atriz continua a colaborar com Herman José e está com Joaquim Monchique no Teatro Maria Matos, em Lisboa, na qual protagoniza a peça “Lar, Doce Lar”. Tudo em jeito de comédia, que a intérprete considera essencial nos dias que correm.

“Estou com o Herman na televisão e no Teatro Maria Matos com o Joaquim Monchique num dos maiores êxitos, o ‘Lar, Doce Lar’, que voltou. Temos tido as salas esgotadas e a comédia tem este papel na fase mais difícil pós-pandemia”, afirma, em declarações à N-TV.

“As pessoas precisam de rir, porque somos bombardeados todos os dias com a guerra, com a ideia de não haver esperança… é muito difícil para muita gente, a comédia não resolve, mas rir é um paliativo. Todos os produtos genuínos que fazem rir têm clientela”, acrescenta Maria Rueff.

No teatro, a atriz viu caírem as máscaras dois anos depois do início das infeções por Covid-19. “Ver as pessoas sem máscara é como ouvir um chicote a estalar no ar… é uma diferença! A felicidade nota-se no rosto das pessoas, no barulho da sala, é maravilhoso”.

Na televisão, a sua “Quina”, uma mulher com mão para a cozinha, já conquistou os telespetadores. “A personagem é baseada na minha família e nas mulheres que fui vendo na Beira Alta, Porto e Minho. Sou muito apaixonada pelo Norte, portanto estas matriarcas e estas mulheronas há em todas as casas do Norte de Portugal”. “Quando posso honro-as, porque esta força faz parte da minha genética e é muito prazeroso dar vida à personagem”.

O papel “tem sido uma experiência maravilhosa”. “Desde o início que fiquei encantada com a personagem porque tenho uma costela da Beira Alta que acaba por se tocar neste tipo de mulheres como é a ‘Quina’. Aceitei logo com muito gosto. Depois, vir somar um bocadinho da nossa prática a uma coisa que já é um êxito é algo muito feliz”.

Maria Rueff revela que sabe cozinhar como a sua personagem na novela. “Sei! Não sei se os meus cozinhados são tão saborosos, mas lá em casa ninguém se queixa! Gosto muito de cozinhar as receitas tradicionais: bacalhau, vitela no forno, cozido, dobrada. Faço tudo!”

A atriz entrou com a novela escrita por Roberto Pereira e idealizada por Cristina Ferreira já em andamento, mas, rapidamente, entrou no “comboio”. “Estou habituada a este ritmo, mas não deixa de ser um carrossel em andamento. Durante as semanas ajustei a forma como a ‘Quina’ se ia relacionar com as outras personagens, mas penso que rapidamente percebi a linguagem e nos encaixámos todos”, diz, à despedida.