Mariana Pacheco e Syro são rivais nas novelas, mas apoiam-se nos projetos em casa

Fotografia: Tiago Caramujo/SIC

Mariana Pacheco está em “Senhora do Mar” e Syro canta em “Cacau”, em canais concorrentes. Mas os dois apoiam-se mutuamente em casa.

Mariana Pacheco e Syro são um casal. Ela é atriz (e também canta) e ele é músico. Mariana interpreta “Flávia” em “Senhora do Mar”, na SIC, e o artista dá voz ao genérico de “Cacau” na TVI. Quando chegam a casa, a rivalidade entre canais fica de lado, mas, reconhece Mariana Pacheco, também não veem assim tantas novelas.

“Isto não fica bem dizer, mas depois de um dia ou de uma semana sempre a gravar, chegar a casa e ver novela, seja a minha ou outra, o que eu quero mesmo é desligar”, confessa a atriz à N-TV. “Tanto eu como ele gostamos de ouvir música ou estar a fazer outras coisas em casa, ou mesmo sem fazer nada”, acrescenta Maria Pacheco.

“Não temos por hábito ver muitas novelas, mas claro que ele viu o início da ‘Senhora do Mar’, mesma forma que eu vi a estreia de ‘Cacau’, na qual ele canta. Quero muito que ele me veja, para saber a opinião dele, mas, à partida, vou só vendo aqui e ali, sobretudo aquilo que é publicado nas redes sociais”, admite a artista.

Na hora de trocar impressões, Syro não ajuda a “passar texto”. “Ele não me ajuda a estudar as cenas, nem eu estudo muito. Gosto de aprofundar, antes, a personagem de outra maneira. Quanto às cenas em si – e isto não é um exemplo para os atores que se dedicam a estudar texto -, eu sou mais emocional, não tenho muitas defesas técnicas, nunca estudei teatro, jogo muito com a emoção e com aquilo que sinto que é a verdade para mim. Quanto mais tiver texto estudado e palavras na cabeça sinto que não é tão genuíno”, reconhece.

Quanto ao seu novo papel, mais religioso, depois de ter interpretado tantas vilãs, Mariana Pacheco não resiste à brincadeira: “Acho que com esta personagem estou a lavar os meus pecados e a pedir o perdão de Deus por aquilo que fiz nas outras novelas!”.

Seguem-se os elogios. “Esta personagem é mesmo oposta do que tenho feito e, por isso, um desafio gigante, mas está a correr bem, estou a gostar mesmo muito”.

Mariana Pacheco não se inspirou “em ninguém”. “Conheço pessoas mais religiosas, na família, pessoas com quem nos cruzamos e na Terceira há muito esse universo mais religioso, místico e esperançoso. Foi um misturar de vários mundos que me fizeram criar esta ‘Flávia’”.

Na novela, o sotaque açoriano dos atores é discreto. “Não fazemos o sotaque, nem eu quero, e por estar aqui apanho um bocadinho e quando estou a gravar em Lisboa tento lembrar o que fiz. Se for um sotaque muito leve estamos a homenagear os açorianos e não a gozar, nem a fazer mal. E depois, nos Açores as ilhas têm sotaques diferentes e o sotaque de São Miguel não tem nada a ver com o da Terceira. Houve uma decisão unânime que não se devia fazer o sotaque”.

Com o padre, interpretado por Albano Jerónimo e a beata, papel de Rita Blanco, a atriz tem “um trio muito conflituoso”. “Mas é engraçado que elas são quase iguais, têm valores muito idênticos, mas depois não gostam muito uma da outra e depois há uma ligação com o Padre que leva a um rumor ali na ilha que diz que há ali mais qualquer coisa”, remata Mariana Pacheco.