Pedro Ribeiro sobre o Mundial no Catar: “A FIFA há muito que vendeu a alma”

Fotografia: Instagram Pedro Ribeiro

No dia em que a Seleção Nacional se estreia no Mundial de Futebol do Catar contra o Gana, Pedro Ribeiro fez uma reflexão nas redes sociais.

O diretor da Rádio Comercial criticou a escolha do local para a realização do evento ao mesmo tempo que deixou uma mensagem de apoio à equipa das Quinas, que defronta o Gana a partir das 16.00 H.

“E chega o dia. Este mundial é onde não devia ser, a FIFA há muito que vendeu a sua alma e mergulhou na mais absoluta falência moral. Mas nem a FIFA é dona deste desporto que nos une a todos. Todos nós que sabemos que isto é muito mais do que 22 pessoas atrás de uma bola”, começou por escrever.

“O jogo, dentro do campo, é sempre o que é. É futebol. O desporto da nossa vida. Nada bate jogar à bola. Dentro do campo, não há, num Mundial, equipas de regimes, de políticos, de negócio, de clubes, de empresários, dirigentes, e nem sequer de federações, na verdade. São países. Representam povos. São os grupos de amigos que combinam ver o jogo juntos. São famílias. São colegas que espreitam o jogo enquanto estão a trabalhar”, continuou.

“São tantos e tantos portugueses a ouvir o relato ou a ver na televisão ou no telefone, algures nos países que escolheram para lutar por um futuro melhor. São os militares portugueses em missão, 90 minutos mais perto de casa outra vez, por causa da equipa das Quinas. Um coro planetário, com a alma no limite da comoção, a plenos pulmões; ‘Vamos!’, quando o hino acaba de tocar”, acrescentou.

“A seleção nacional pode ser campeã mundial. Sinceramente não vejo nenhuma seleção que tenha muito melhores jogadores que a nossa. Há outras seleções muito fortes, que também podem dizer o mesmo. Claro. Brasil. Alemanha. França. Argentina. Espanha. Inglaterra. Mas ninguém quer jogar contra nós, isso é certo. Nós podemos ganhar isto, malta! Acredito mesmo”, afirmou.

“Muita coisa devia ser diferente? Sem dúvida. E devia jogar este em vez daquele?
Discussão eterna. Mas a bandeira é a nossa. Aquela é a nossa gente, até aqueles jogadores de que não gostamos e nunca convocaríamos. Mas agora são todos os nossos. Como nos clubes. Só que aqui, de outra maneira. Quem joga por Portugal representa mais do que se calhar imagina”, disse ainda.

“A Seleção que tem uma camisola feia que dói, que não costuma jogar tanto como o talento dos seus jogadores permitiria, mas que é a nossa e pode ganhar isto. Já disse que podemos ganhar isto? A sério. Hoje joga Portugal. E quando joga Portugal, jogamos todos. Bora lá”, rematou.